De acordo com o jornal, foram 4.951 as denúncias de discriminação contra muçulmanos e palestinos no primeiro semestre, em comparação com 2.937 registradas no mesmo período de 2023.
O aumento dos episódios de discriminação e assédio ocorre em meio a uma onda global de islamofobia e antissemitismo, intensificada desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, que já causou milhares de mortes. Numerosos países e organismos internacionais classificaram a atuação do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu como "genocídio".
O relatório revela ainda que houve um aumento significativo de queixas no âmbito educacional por islamofobia em maio, durante os protestos nas universidades dos EUA contra as ações do governo de Israel.
As manifestações estudantis, que exigiam o fim do apoio econômico e militar a Israel pelo governo de Joe Biden, receberam ampla cobertura midiática. Durante os atos, dezenas de episódios de repressão policial contra os jovens foram registrados.
Conforme Corey Saylor, diretor de pesquisa e defesa do conselho, o "clima geral de preconceito levou universidades e empregadores a punirem trabalhadores por expressarem pontos de vista pró-palestinos".
As denúncias registradas também incluíram crimes de ódio e discriminação em processos de imigração, asilo e emprego.
O conselho ainda recebeu 8.061 queixas durante todo o ano de 2023, sendo quase metade —3.578— nos últimos três meses de 2023, após o início da guerra no Oriente Médio.
Ao mesmo tempo, a Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês), organização que protege os direitos humanos das pessoas judias ao redor do mundo, informou que os incidentes antissemitas nos EUA aumentaram 140% em 2023 na comparação com o ano anterior.
"Os 8.873 atos de agressão, assédio ou vandalismo foram o maior número desde que a ADL começou a registrar dados em 1979, incluindo um pico de 5.204 incidentes após 7 de outubro", finalizou a nota.