Diversificação econômica
"Os investimentos que vêm sendo feitos mais recentemente pela Arábia Saudita no Brasil e em outros países da América Latina e Caribe têm como objetivos principais a diversificação da economia, ainda bastante dependente da produção e exportação de petróleo", alegou o mestre e doutor em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e membro do Observatório de Regionalismo (ODR) Renan Melo.
Brasil como protagonista
"Já existem alguns exemplos disso, como a aquisição de uma distribuidora de petróleo no Chile, a aquisição de uma unidade da Vale também recentemente aqui no Brasil. E esses interesses estão ligados basicamente na questão agrícola e também na reserva de água doce presente na América Latina e nos países do Caribe", detalhou Tatiana.
"A Arábia Saudita convidou o Brasil a fazer parte da OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo], em um primeiro momento, pelo menos como observador. Graças aos esforços do Brasil, a Arábia Saudita também entrou no BRICS. Então o Brasil vem atuando como uma espécie também, não só de maior parceiro comercial, mas também como uma espécie de mediador entre a Arábia Saudita e os países latino-americanos", exemplificou a internacionalista.
Quais proveitos o Brasil poderá tirar?
"Valer-se desses aportes e parcerias para promover o fomento e desenvolvimento tecnológico, bem como diversificar suas alianças estratégicas com um país de grande relevo nos cenários econômico e político internacional", elencou.
Multipolaridade em foco
"Isso possibilita que não fiquemos dependentes ou sobremaneira vinculados a determinado país ou bloco de países dos pontos de vista econômico, tecnológico e político. Ademais, o Brasil mantém uma [posição] flexível e aberta à negociação e parcerias com diferentes polos e blocos de países, não seguindo o caminho de alinhamento estrito a qualquer diretriz geopolítica, o que favorece uma posição equilibrada, receptiva e mediadora no cenário internacional."