Todas as implicações sugerem que algumas das pessoas envolvidas na recente troca de prisioneiros entre Moscou e vários países ocidentais eram ativos da espionagem da CIA, disse à Sputnik o ex-oficial de inteligência dos Estados Unidos, Scott Ritter.
A troca que ocorreu ontem parece ter sido "um acordo feito entre os serviços secretos russos e a CIA americana", observou Ritter.
Comentando o que está sendo denominado de maior troca de prisioneiros desde a Guerra Fria, o especialista apontou que entre os 16 prisioneiros liberados pela Rússia estava Evan Gershkovich, "pego em flagrante recebendo segredos russos".
O veterano da Marinha dos EUA, Paul Whelan, também foi acusado de espionagem, enquanto a figura política russa Vladimir Kara-Murza, como se vê, tinha um green card dos EUA.
"Isso implica que havia uma relação especial entre ele [Kara-Murza] e o governo dos EUA que talvez o governo dos EUA não queira falar em público", disse Ritter. Kara-Murza "parece ter sido pago pela CIA também", ele observou.
Olhando para o futuro, o analista sugeriu que essa troca de prisioneiros que ocorre na penumbra da presidência de Joe Biden "pode ser o melhor que as relações EUA-Rússia vão ser por algum tempo agora".
"Não acho que as relações EUA-Rússia vão estar em uma posição onde tal troca de prisioneiros poderia ter ocorrido no próximo ano, ou nos próximos dois anos. Então, isso precisava acontecer agora, e é por isso que aconteceu. A maior troca de prisioneiros desde o fim da Guerra Fria. Quem sabe o que o futuro trará [...]. Espero que esse seja o início de uma tendência de boas relações, mas provavelmente não", concluiu Ritter.
Em 1º de agosto, o Serviço Federal de Segurança da Rússia informou que oito cidadãos russos detidos e que estavam presos em vários países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) regressaram à Rússia. Por sua vez, vários cidadãos estrangeiros condenados por espionagem e vários russos com dupla cidadania deixaram a Rússia durante a troca.