Nesta terça-feira (6), o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou que deixaria de usar o aplicativo de mensagens WhatsApp — da empresa Meta, proibida na Rússia por ser considerada extremista —, que, segundo ele, estaria sendo usado para ameaçar seu país.
Em evento no Palácio de Miraflores, Maduro denunciou que, através desse sistema, telefones com códigos de
Colômbia, Peru, Chile e Estados Unidos têm
ameaçado cidadãos venezuelanos nos últimos dias. Por esse motivo, ele decidiu trocar o aplicativo dos EUA pelos concorrentes Telegram e WeChat e pediu a seus seguidores que parassem de usar o WhatsApp também.
Especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil alertam que, embora o WhatsApp ofereça criptografia de ponta a ponta, a plataforma de mensagens de origem norte-americana não é "invulnerável a falhas".
À Sputnik, o diretor-executivo da Open Cybersecurity (consultoria em cibersegurança e conformidade), Lucas Galvão, sustentou que essas vulnerabilidades do WhatsApp, que permitem o funcionamento da engenharia social, "destacam certa insegurança e vão contra o que o aplicativo afirma oferecer".
"Embora o WhatsApp ofereça criptografia de ponta a ponta, não é invulnerável a falhas. Recentemente, vimos brechas que permitiram a hackers enviar imagens não solicitadas através de stickers ou executar códigos maliciosos após uma chamada de vídeo", complementou à agência quando indagado sobre a funcionalidade da plataforma.
Guilherme Neves, executivo da Doutornet Tecnologia e professor do Ibmec, reforçou à reportagem que boa parte do tráfego de Internet é monitorado por agências de inteligência. Por isso, essas falhas de segurança são exploradas.
O professor de tecnologia da informação deu algumas dicas a serem seguidas: "Medidas de segurança para evitar o vazamento de dados, manter o celular atualizado, com aplicações de segurança. […] Colocar um tempo para apagar as mensagens. […] Utilizar mais uma camada de criptografia para armazenar as mensagens locais criptografadas."
Segundo Lucas Galvão, o fato de a companhia de mensagens ser de domínio norte-americano levanta questionamentos.