Eber Souza, especialista em segurança da informação da HSBS Soluções e Segurança em Tecnologia da Informação (TI), reforçou à agência que "o Telegram tem sido uma opção ao WhatsApp, especialmente por utilizadores preocupados com segurança e privacidade, sendo reconhecido por sua transparência em relação às práticas de segurança, permitindo que os usuários inspecionem o código-fonte do aplicativo, as APIs e os protocolos".
Já Lucas Galvão, diretor-executivo da Open Cybersecurity, consultoria em cibersegurança e conformidade, sugere o Signal. Nas palavras dele, é uma das melhores plataformas devido à maneira como foi construída.
"Recomendaria o Signal como uma das melhores alternativas para quem prioriza a privacidade e a segurança. O Signal usa criptografia de ponta a ponta para todas as comunicações e é uma plataforma de código aberto, conhecida por seu compromisso com a proteção de dados dos usuários", retrucou ao ser questionado qual outra opção poderia ser viável ao WhatsApp, além do Telegram.
Aplicativo brasileiro
Além de WhatsApp, Telegram e Signal, há inúmeros outros aplicativos de mensagens atualmente desenvolvidos em diferentes partes do mundo.
Segundo Guilherme Neves, executivo da Doutornet Tecnologia e professor do Ibmec, boa parte do tráfego de Internet é monitorado por agências de inteligência. E, como a maioria dos aplicativos usa Internet, os usuários acabam ficando vulneráveis quando há falhas de segurança.
"A maior parte dos vazamentos acontece por causa de celulares desatualizados ou infectados que são explorados pelos hackers", explica.
Para o especialista, "o ideal era termos uma mensageria própria hospedada em servidores no Brasil e que verificasse o telefone do usuário e só instalasse se todas as medidas de segurança estivessem implantadas".
Conforme a Sputnik mostrou recentemente, o Brasil, na verdade, já até tem um importante aplicativo de mensagens para chamar de seu. Porém, desenvolvido pelo Exército Brasileiro, o EBChat é para uso exclusivo de membros da Defesa.
Outras opções
WeChat: um serviço multiplataforma de mensagens instantâneas desenvolvido pela gigante tecnológica chinesa Tencent, lançado originalmente em janeiro de 2011;
Viber: um aplicativo de multiplataforma proprietária no formato de mensageiro instantâneo desenvolvido pela Viber Media, Inc. Além de mensagens de texto e voz, os usuários também podem enviar imagens e vídeos;
Discord: um aplicativo de voz sobre IP e comunicação textual. É uma aplicação gratuita, projetada inicialmente para comunidades específicas de jogos. O aplicativo está disponível para os sistemas operacionais Microsoft Windows, MacOS, Android, iOS, Linux e navegadores da Web;
Skype: um software proprietário de mensagens e videoconferência, criado por Janus Friis e Niklas Zennstrom;
Line: um aplicativo de comunicação que permite enviar mensagens e fazer chamadas de voz e videochamadas gratuitamente.
Medidas de segurança
À Sputnik Brasil, os especialistas reforçaram alguns passos que podem melhorar a dinâmica de segurança nos aplicativos de mensagens. Confira abaixo:
• habilitar a criptografia para seus backups;
• habilitar a autenticação de dois fatores;
• atualizar o aplicativo com frequência;
• ter cuidado ao receber mensagens ou links inesperados (evitar links suspeitos).
"Para mitigar os possíveis riscos de segurança, cabe aos usuários agir de forma proativa. Mantendo-se atualizados, utilizando recursos de segurança e seguindo as melhores práticas. Fazendo isso, é possível desfrutar dos benefícios dessas plataformas, protegendo ao mesmo tempo a privacidade e os dados pessoais", frisou o analista de segurança da informação Eber Souza.
"A escolha da plataforma ideal pode variar conforme as prioridades de segurança, privacidade e funcionalidade de cada usuário", finalizou Lucas Galvão à agência.