Cosmonautas da EEI vêm realizando o experimento Test (Teste, em português) desde 2010, que consiste na coleta de sedimentos finos da superfície externa da estação e sua posterior entrega aos cientistas na Terra.
As análises realizadas com as amostras permitem descobrir se existem microrganismos fora da EEI, como chegaram lá e quão resistentes são no espaço.
Também como parte do experimento, amostras com determinados microrganismos são colocadas na superfície externa da estação para estudar por quanto tempo podem permanecer viáveis.
"A exposição no espaço sideral de amostras coletadas no âmbito do experimento Test mostrou que os microrganismos liofilizados não morrem devido à radiação ultravioleta e raios X. [...] Surge a hipótese da 'panspermia ao contrário': a Terra pode espalhar vida no espaço sideral", disse Shubralova.
Segundo ela, os microrganismos podem se tornar resistentes às condições do ambiente espacial depois de passarem por um processo semelhante ao da liofilização, conhecido por todos os microbiologistas.
No vácuo em órbita, os microrganismos são desidratados devido ao fato de a EEI estar periodicamente em áreas ensolaradas e sombreadas. Na Terra, esse processo é usado para o armazenamento de longo prazo de microrganismos em coleções.
"A ausência de mutações nos organismos expostos comprova a sua resistência às condições do espaço aberto. Eles não apenas sobrevivem, mas também mantêm um metabolismo ativo que lhes permite reparar mutações causadas por raios cósmicos, ultravioleta, radiação de raios X e ambiente agressivo próximo", observou Shubralova.