"Em um primeiro momento, é interessante ressaltar que o projeto vai englobar e aumentar o número de beneficiários que já existem no subsídio de assistência emergencial, que, no momento, dados do governo estimam que esteja entre 7 a 9 milhões de pessoas. Esse subsídio de assistência emergencial foi instituído durante a pandemia, em maio de 2020, e vem sendo estendido na África do Sul, que é uma exceção à regra [outros países também tiveram programas, mas que já foram encerrados]. A partir disso, o governo encara que essa assistência pode ser direcionada para um projeto maior, como a renda universal básica", declarou.
"Essa é uma questão, inclusive, muito polêmica no próprio governo. E entre as opções que o governo sul-africano reconheceu até o momento, há impostos principalmente sobre grandes riquezas, a criação de um tributo de segurança social e a utilização eficaz de recursos existentes. Também é muito discutido que as receitas do imposto sobre bens e serviços no país vão crescer como resultado do aumento do consumo gerado na renda básica social", explica.
Quais países têm renda básica universal?
Quem tem direito à renda básica universal?
"De início foram dez mumbucas [por mês]. Depois, em 2017, passou para 20. Em novembro de 2019, todas as pessoas que recebiam até três salários mínimos e que estavam no Cadastro Único passaram a receber 130. Depois, com o advento da pandemia, passou para 170 […]. E, agora, são 93 mil pessoas residentes em Maricá que passaram a receber 230 mumbucas por mês, não importa a origem, raça ou condição econômica. É claro que Maricá tem uma vantagem em relação a outros municípios, por ter uma base da Petrobras que fornece royalties para o orçamento da cidade, o que tem facilitado muito. Mas é interessante que o exemplo está se espalhando por outras cidades, inclusive também no que diz respeito à criação das moedas sociais. Diversas cidades, como Niterói e outras em torno do estado do Rio de Janeiro, estão realizando experiências em direção à renda básica de cidadania", finalizou.