"Há espaço para ela [no grupo], sem a menor dúvida. Sob um ponto de vista diplomático, amplia a presença, e sob um ponto de vista econômico, tem uma esperança de que a participação no BRICS vai levá-la a receber muitos investimentos estrangeiros", acrescenta, ao ressaltar que o país também faz parte da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
"O que isso significa? Que do ponto de vista de El Salvador, eles estão querendo também, porque não têm muito com quem negociar. Quem é que vai fazer negócio em criptomoedas oficiais com eles? São poucos os países que autorizam isso. E eles veem essa possibilidade no BRICS. E, adicionalmente, a ideia de se criar uma moeda para o BRICS utilizando pelo menos parte como criptomoeda, ou pelo menos a criação de um sistema que vai substituir o velho SWIFT", declarou.
Qual a principal economia da Malásia?
"A Malásia faz parte da região do Sudeste Asiático, que é uma área muito rica e em grande crescimento. Pode transacionar e cooperar com os outros membros do BRICS, como Brasil, Rússia, China. Com alguns já têm uma linha de comércio bilateral forte, mas poder participar do grupo me parece não só positivo para a Malásia, como também uma ponte importante para os países do BRICS na região do Sudeste Asiático", explicou, ao acrescentar que ainda há uma competição entre as nações da região, como Indonésia e Tailândia. "Como estamos vivendo um mundo muito fragmentado e competitivo, com muitos atores em ascensão e outros em declínio, você fazer parte do BRICS é cada vez mais um chamariz", acrescenta.
Qual é o objetivo do BRICS na nova ordem mundial?
"Isso porque ainda não está em andamento o processo de adesão da Arábia Saudita, por exemplo, que está sob uma pressão norte-americana muito grande. O país saudita estaria interessado em passar a vender petróleo para qualquer país sem ser em dólares. Já tem participado de todas as reuniões, mas tem que ter um tempinho para absorver [todos os membros]. Os países têm que se conhecer", finalizou.