A ação envolveria a mediação de órgãos internacionais e a efetiva participação de observadores estrangeiros. A proposta teria sido verbalizada pelo presidente na reunião ministerial de quinta-feira (8), relata o jornal.
O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, disse à mídia que apresentou essa ideia ao presidente após ouvir a sugestão de outros atores internacionais, mas ressaltou que é informal e ainda está em desenvolvimento, sublinhando que a proposta, caso seja formalizada, implicará um pacote de contrapartida.
"É como se fosse um segundo turno das eleições. Essa ideia não é nova, existe desde o início do problema", afirmou o ex-chanceler ao jornal.
Amorim esclareceu que, como a sugestão ainda é embrionária, não foi levada à mesa de debates do Brasil com o México e a Colômbia.
Entretanto, Amorim ponderou que a proposta teria que abranger um pacote de medidas e ações, a começar pela concordância de Nicolás Maduro e da oposição, até "anistia política" e "retirada das sanções internacionais" ao país.
"Se quiserem negociar um pacote em torno dessas coisas, com o fim das sanções, é possível fazer uma espécie de segundo turno, com um bom acompanhamento internacional", sustentou.
A Venezuela está sob sanções comerciais de Estados Unidos e União Europeia (UE).
Ainda segundo a mídia, o ex-chanceler considera que, na hipótese de nova eleição, seria fundamental a UE retirar as sanções a fim de enviar observadores internacionais para o eventual novo pleito. O principal impasse, na sua opinião, seria a concordância tanto de Maduro quanto dos líderes da oposição.
"Ambos se declaram vencedores e não recuam", observou.
Na quinta-feira (15), o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, vai se reunir presencialmente com sua contraparte colombiana, o chanceler Luis Gilberto Murillo, em Bogotá.
De acordo com o jornal O Globo, interlocutores da área diplomática afirmaram que o fato de ter surgido essa ideia no Palácio do Planalto não significa que houve mudança de posição do Brasil. A instrução de Lula a Vieira é para continuar a exigir do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) as atas eleitorais.