"Ela quer que o presidente da República seja afastado do cargo para que possa assumir essa posição. Se havia alguma dúvida sobre suas intenções, hoje finalmente a máscara caiu", declarou o presidente em uma carta ao povo equatoriano publicada em sua conta na rede social X (antigo Twitter).
De acordo com Noboa, Abad, nomeada como "embaixadora pela paz em Israel" no final do ano passado, tem como objetivo afastá-lo da campanha eleitoral para as eleições gerais de 9 de fevereiro de 2025, nas quais ele pretende se candidatar à reeleição para um novo mandato de quatro anos.
O mandatário afirmou ainda que a vice-presidente está envolvida em um esquema muito maior e que, por isso, recebeu apoio de outros partidos e figuras políticas, sem mencioná-los, para prejudicá-lo diretamente nas próximas eleições.
"É isto que tentam alcançar por meio dela: um campo aberto nas eleições presidenciais", enfatizou o mandatário, que já havia se distanciado de sua vice desde antes da posse em 23 de novembro do ano passado.
Na opinião de Noboa, a recente denúncia apresentada por Abad contra ele, por suposta "violência política de gênero", é um ataque à vontade popular expressa nas urnas em 15 de outubro de 2023.
Noboa insistiu que Abad e seus apoiadores buscam retirar do país a confirmação de um projeto político que, em sua visão, pela primeira vez na história, decide não transigir com a corrupção nem com mafiosos, e que dá passos firmes para a recuperação do país.
"Não se importam em deixar o país sem presidente e sem comandante-em-chefe das Forças Armadas em meio a um conflito armado interno. Não exageramos ao dizer: querem ver o Equador arder para reinar sobre suas cinzas", afirmou o presidente equatoriano.
Por fim, Noboa garantiu aos equatorianos que participará das próximas eleições gerais.
Nesta semana, Abad apresentou uma denúncia ao Tribunal Contencioso Eleitoral (TCE) por suposta violência política de gênero e solicitou a destituição do presidente do cargo, além de sua inelegibilidade para cargos públicos nos próximos quatro anos e multas no valor de 70 salários básicos unificados (mais de R$ 175 mil).
Além disso, solicitou essas medidas contra a ministra de Relações Exteriores, Gabriela Sommerfeld; o vice-ministro do governo, Esteban Torres; e sua assessora presidencial, Diana Jácome.