Em entrevista para a Sputnik Brasil, o economista Fábio Sobral, da Universidade Federal do Ceará (UFC), explicou que esse aumento deve-se sobretudo ao aumento da renda do brasileiro. Segundo ele, a pesquisa mostra que aumentar a renda da população trabalhadora brasileira é "o grande caminho" como medida macroeconômica para o país, em vez de medidas de cortes de gastos públicos, de controle de déficit e de taxas de juros exorbitantes:
"O PIB brasileiro é, em sua maioria, fruto do consumo das pessoas. [...] por volta de 60% do PIB brasileiro depende da renda das pessoas assalariadas. Se a renda das pessoas está crescendo, isso provoca crescimento do PIB, significa que o consumo aumenta, impacta nas empresas que vendem mais", exemplificou ele.
"No fundo, todo o crescimento da renda provoca alterações positivas nas diversas variáveis macroeconômicas", garante o professor.
PIB maior atrai investimentos estrangeiros
Segundo o economista, a alta do PIB impulsionada pelo aumento da renda do trabalhador atrai investimento produtivo, que gera emprego, que agrega valor, como é o caso de empresas e indústrias voltadas para o mercado de consumo. Ele acredita que haja interesse de algumas delas de instalarem plantas industriais no Brasil.
"A gente tem visto isso com empresas automobilísticas chinesas e carros elétricos se instalando no Brasil. Então, esse é um fator fundamental. O mercado consumidor maior leva investimentos diretos, investimentos diretos externos, que é um ganho, é o melhor tipo de investimento".
O PIB oficial do segundo trimestre será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 3 de setembro.