IA com jeitinho brasileiro: conheça chatbots nacionais que estão dando o que falar

De acordo com o Mapa do Ecossistema Brasileiro de Bots 2023, elaborado pela Mobile Time, o número de bots desenvolvidos no Brasil mais do que dobrou de 2022 para 2023, passando de 317 mil para 671 mil. Fique por dentro dos principais chatbots à la Brasil.

Chatbot similar ao ChatGPT, a ferramenta foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e busca contribuir para áreas de pesquisa pouco representadas, como o processamento de linguagem natural em português.

A tecnologia brasileira é um dos LLMs (modelo de linguagem grande) voltados para o português e fatos da cultura brasileira. LLMs são treinados com grande quantidade de dados, obtidos em uma varredura de páginas na Internet. As respostas dadas partem do conhecimento adquirido com as informações dessa coleta.

O aprimoramento da IA nacional ocorreu com a leitura de documentos brasileiros. O chatbot da Maritaca AI visita, sobretudo, páginas do Brasil. Até recorre a sites em outros idiomas, desde que falem sobre o nosso país.

As habilidades do MariTalk também foram submetidas a provas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entre outras provas de relevância nacional.

Outra ferramenta com modelo de linguagem especializado (LLM), desenvolvida pela companhia brasileira Semantix, a Lloro é voltada para empresas em português com foco na geração de código para análise de dados.

De acordo com os desenvolvedores, o bot foi treinado com diversas bases de dados nacionais, capaz de compreender contextos gramaticais e ortográficos com facilidade, eliminando a necessidade de traduções.

O bot está disponível em código aberto, com o objetivo de fomentar a colaboração e o desenvolvimento comunitário.

Assistente virtual com inteligência artificial voltada para o setor da saúde, como clínicas odontológicas e médicas, a Cloudia é também uma ferramenta LMM.

Com o objetivo de facilitar a comunicação de pacientes com os consultórios, é possível agendar consultas, desmarcar e agendar horários de maneira sincronizada com a agenda dos profissionais da clínica etc.

Cloudia pode ser programada para disparar confirmações com prazos personalizados, como três dias antes da consulta, um dia antes ou até no dia do agendamento, o que reduz as faltas por esquecimento.

De acordo com os desenvolvedores, a ferramenta já entende áudios, se integra a diversos sistemas de agendamento, responde bem a interações nas redes sociais e direciona o lead para uma conversa no privado.

Desenvolvido para facilitar a busca de informações sobre tecnologia, redes sociais e big techs, o chatbot LLM envia um resumo do assunto perguntado e links para embasar a busca.

As informações são todas checadas e publicadas pelo Núcleo, uma iniciativa da agência Volt Data Lab, criada por jornalistas. O bot informa que não sabe responder ou não tem informações atualizadas quando não encontra resposta precisas, em vez de divulgar respostas que podem estar equivocadas, como ocorre com muitos chatbots.

A ferramenta é resultado da bolsa recebida no programa Acelerando Negócios Digitais, criado e administrado pelo International Center For Journalists.

O objetivo do projeto é criar uma tecnologia que ajude a mitigar o problema de desinformação em chatbots, ao fazer com que as respostas da IA sejam baseadas somente em informações de fontes confiáveis.

Criada em 2019, essa chatbot é uma ferramenta para combater a desinformação, com foco nas fake news. Está disponível gratuitamente em versão beta, no WhatsApp, Telegram e no site da organização. A FátimaGPT ajuda a encontrar conteúdo confiável e a tirar dúvidas sobre desinformação nas redes.

Com tecnologia de LLM, a robô checadora usa IA generativa para ajudar usuários a checar conteúdos duvidosos, interpretando perguntas dos usuários e dando as respostas mais relevantes em linguagem natural.

Lançado no fim de junho pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) promete alavancar ainda mais a produção de ferramentas com IA dedicadas ao idioma português e às necessidades da população nacional.

O valor anunciado é de R$ 1,1 bilhão para a criação de um LLM brasileiro. A ideia é que seja treinado com dados nacionais e compreenda português como primeira língua.

O plano de IA pretende, ainda, fortalecer a infraestrutura tecnológica brasileira por meio de um supercomputador e sistema de computação em nuvem dedicado ao serviço público.