Panorama internacional

Especialista: guerra com o Irã traria colapso econômico global e isolaria os EUA

Líder supremo do Irã aiatolá Ali Khamenei, 10 de outubro de 2023
Quase três semanas após o assassinato de Shukr e Haniya, o mundo ainda está esperando a retaliação do Irã contra Israel pelos ataques. Inevitavelmente, isso vai acontecer. A Sputnik ouviu o professor Mohammad Marandi sobre o que vem a seguir.
Sputnik
No dia 30 de julho, um líder sênior do movimento libanês Hezbollah, Fuad Shukr, foi assassinado em Beirute, algumas horas depois, o líder político do movimento palestino Hamas e o negociador-chefe do movimento nas negociações de cessar-fogo com Israel, Ismail Haniya, foi assassinado em Teerã. O gesto foi interpretado por muitos analistas como uma provocação capaz de escalar o conflito em Gaza de forma muito significativa. Mas quando será a resposta do Irã?
"A verdadeira questão não é o que o Irã fará, a questão é: o que os Estados Unidos vão fazer?", perguntou Mohammad Marandi, professor de Literatura Inglesa e Orientalismo na Universidade de Teerã em conversa com a Sputnik na segunda-feira (19). "Se os Estados Unidos se envolverem na guerra, então acho que são os Estados Unidos [que] perderão mais do que qualquer outro."
Marandi explicou que uma guerra entre os EUA e Israel de um lado e o Irã do outro se expandiria regionalmente e incluiria os ditadores aliados dos EUA que seriam vistos como cúmplices dos Estados Unidos.
"Portanto, não haverá mais instalações de gás ou petróleo na região do golfo Pérsico e será possível exportar qualquer coisa. Então, isso levaria a um colapso econômico global", continuou Marandi. "Não levará a uma recessão ou depressão, levará a uma depressão profunda — algo que não vivenciamos antes nos últimos séculos, mesmo na década de 1930."
O Irã não tem escolha a não ser responder com mais força do que fez depois que um ataque aéreo israelense atingiu o consulado iraniano em Damasco, na Síria. Esse ataque, no qual o Irã utilizou centenas de drones para sobrecarregar as defesas aéreas israelenses e então atingir alvos militares com mísseis, foi descrito como contido fora da mídia ocidental e israelense. Ainda assim, menos de quatro meses depois, Israel atacou o Irã novamente.
Soldado israelense aguarda a visita de autoridades dos EUA perto da cidade costeira de Ashkelon. Israel, 30 de outubro de 2012
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"Por definição, [isso] significa que era inadequado para uma solução permanente. Então, os iranianos vão ter que bater mais forte", explicou Marandi.
Apesar de uma carta assinada pelos EUA e alguns países europeus dizendo ao Irã para recuar, a maior parte do mundo entende que o Irã tem sido contido e razoável em comparação com seus homólogos israelenses. Isso deve isolar ainda mais os Estados Unidos se eles se juntarem a Israel em uma guerra com o Irã, o que agravará seus problemas econômicos se houver um colapso global.
"Como isso pareceria para os Estados Unidos, quando os Estados Unidos vão lutar a guerra em nome de um regime genocida e então derrubar a economia mundial? Será devastador para os Estados Unidos porque ninguém simpatizará com isso", acrescentou Marandi.
"A questão é que eles estão arrastando o mundo para uma catástrofe. Este genocídio terá consequências. E uma guerra expandida terá consequências enormes", concluiu.
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