O artigo admite que, enquanto o comando ucraniano pressiona suas forças no ataque na região russa de Kursk, o Exército da Ucrânia está perdendo "terreno precioso" em sua frente oriental.
"Alguns novos soldados ucranianos se recusam a disparar contra o inimigo. Outros, de acordo com comandantes e companheiros de luta, têm dificuldade para montar as armas ou coordenar movimentos básicos de combate. Alguns até se afastam de seus postos, abandonando completamente o campo de batalha", diz.
Os comandantes, interrogados pela agência, culpam os soldados mobilizados pela perda de territórios para as forças russas na área de Pokrovsk, um importante centro logístico do Exército ucraniano.
"Algumas pessoas não querem atirar. Veem o inimigo em posição de tiro nas trincheiras, mas não abrem fogo. É por isso que nossos homens estão morrendo. Quando eles não usam as armas, são ineficazes", reclamou um comandante de batalhão da 47ª Brigada da Ucrânia à AP.
Os comandantes também acusam os novos recrutas pela perda do assentamento de Progress, na República Popular de Donetsk, no final de julho.
Observa-se que, naquela ocasião, unidades da 31ª Brigada das Forças Armadas da Ucrânia deixaram suas posições em uma debandada mal coordenada.
A publicação ressalta que um desenvolvimento semelhante foi observado perto do povoado de Ocheretino, do qual as forças russas assumiram o controle total em maio.
Segundo as fontes militares da agência, os recém-mobilizados não possuem um "nível mínimo de treinamento": não conseguem atirar em alvos, não conhecem a topografia básica e não têm "fé" em seus comandantes, chegando a abandonar suas posições.
"O principal problema é o instinto de sobrevivência dos recém-chegados. Antes, as pessoas podiam ficar de pé até o último momento para manter a posição. Agora, mesmo quando há um leve bombardeio nas posições de tiro, recuam", disse um soldado da 110ª Brigada.
De acordo com ele, restam muito poucos soldados motivados capazes de manter a linha de frente.
No dia 6 de agosto, as tropas ucranianas lançaram um ataque à região de Kursk, na Rússia. A ação marcou a agressão mais significativa da Ucrânia contra a Rússia desde fevereiro de 2022.
Comentando o ataque, o presidente russo Vladimir Putin disse que a Ucrânia havia realizado outra provocação em larga escala, atirando indiscriminadamente em alvos civis. O inimigo terá uma resposta adequada, acrescentou Putin.