No final de julho de 2024, Bruxelas enviou o primeiro lote de ajuda militar para a Ucrânia no valor de € 1,5 bilhão (R$ 9,17 bilhões), a partir dos juros gerados pelos ativos russos congelados (reservas de ouro e de moeda estrangeira depositadas em bancos europeus).
Comentando essa informação, a chancelaria russa confirmou que "de fato, em 26 de julho deste ano, a Comissão Europeia anunciou que o primeiro lote de € 1,5 bilhão recebido pelo depositário belga Euroclear, como receita de ativos russos 'imobilizados', havia sido enviado à Ucrânia".
"Embora os ativos bloqueados em si não tenham sido apreendidos, o uso que Bruxelas faz dos lucros de sua administração é um ato ilegal. [...] Tanto o congelamento dos ativos russos quanto quaisquer ações subsequentes com eles são absolutamente ilegais", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
As autoridades russas acreditam que "isso deve ser considerado pela comunidade internacional um banditismo econômico por parte do 'Ocidente coletivo', que não está disposto a superar seus instintos neocoloniais".
"Nenhum esquema fraudulento inventado pela União Europeia [UE] pode anular o fato óbvio de que estamos falando do roubo de fundos russos."
O ministério disse também que a ajuda financeira à Ucrânia contribui para o agravamento do conflito, excluindo a possibilidade de um acordo político e diplomático.
Além disso, a prática de congelamento de ativos não pode deixar de afetar a atitude em relação ao euro como moeda de reserva, segundo a chancelaria.
"Agora ficou óbvio para todo o mundo que qualquer pessoa física, pessoa jurídica ou Estado cuja orientação política e pontos de vista não seja do agrado do Ocidente podem perder o acesso ao gerenciamento de seus ativos na União Europeia", afirmou.
No entanto, a Rússia vai responder às ações da UE, podendo aplicar medidas políticas e econômicas contra os que na prática roubaram suas reservas de ouro e moeda estrangeira.
"As medidas retaliatórias vão se seguir, é claro. Vão ser equilibradas, calibradas e não prejudiciais aos operadores econômicos russos. Temos um arsenal suficiente de medidas políticas e econômicas apropriadas contra aqueles que estão tentando 'pôr a mão' nas reservas cambiais da Rússia", concluiu.