Panorama internacional

Rosatom: contrainteligência soviética garantiu sigilo do 1º projeto nuclear da URSS

A contrainteligência soviética garantiu o completo sigilo do trabalho na primeira bomba atômica soviética, evitando o vazamento de informações que poderiam ter levado os EUA a lançar um ataque preventivo contra a URSS, disse Lev Ryabev, vice-diretor do Centro Nuclear Federal da Rússia, à Sputnik.
Sputnik
O anúncio foi feito por ocasião da comemoração do 75º aniversário do teste da primeira bomba nuclear soviética.
De acordo com especialistas, o teste bem-sucedido da primeira carga soviética para a bomba atômica RDS-1, em 29 de agosto de 1949, foi um dos principais eventos da história da Rússia, que garantiu sua existência como uma potência forte e independente.
Ryabev, consultor do diretor da empresa estatal russa Rosatom, disse que não só o fato de a bomba estar sendo desenvolvida, mas também seus testes não podiam ser divulgados, já que naquela época a URSS tinha plutônio para apenas duas bombas.
Segundo ele, em caso contrário, os bombardeiros norte-americanos teriam decolado de suas bases e teriam atacado o território soviético.
"Sem dúvida alguma, foi um momento muito significativo - o trabalho de nossa contrainteligência. [...] A ação da contrainteligência no projeto nuclear foi realizada no mais alto nível", enfatizou Ryabev, que chefiou o setor nuclear da URSS em 1986-1989.
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Ryabev disse que não tem conhecimento de nenhum vazamento da cidade de Sarov, onde as armas nucleares soviéticas foram desenvolvidas. Até mesmo as pessoas que trabalhavam nas instalações de Sarov simplesmente não tinham conhecimento de muitas questões que não se aplicavam a elas e que eram tratadas por outras pessoas.
"Sim, as restrições eram enormes, nos primeiros anos não havia como viajar para fora da cidade. Todo o nosso sistema tinha restrições rigorosas. Mas as pessoas encaravam isso com compreensão", acrescentou Ryabev.
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Em novembro de 1945, na estrutura das agências de segurança da URSS foi criado o chamado Departamento K. A principal tarefa atribuída à nova entidade era realizar o trabalho de contrainteligência nas instalações da indústria nuclear.
Todo um sistema de medidas foi desenvolvido para evitar o vazamento de informações que constituíssem segredos militares e de Estado. O regime de sigilo era observado não apenas nos laboratórios científicos ou nos locais de produção, mas em diversas outras áreas.
Para os EUA, como a própria Casa Branca admitiu, foi uma surpresa total saber do teste bem-sucedido da primeira bomba nuclear da URSS em agosto de 1949, muito antes do que esperavam.
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