Kiev testemunhou outra grande remodelação de altos funcionários na terça-feira (3) à noite, com um membro sênior do governo demitido e pelo menos meia dúzia de outros renunciando, incluindo o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba.
Entre os ministros que estão deixando seus cargos estão a vice-primeira-ministra para a Integração da Ucrânia na União Europeia (UE) e na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Olga Stefanishina, e a ministra para a Reintegração dos Territórios Ocupados, Irina Vereschuk. Pode-se especular que as figuras recém-nomeadas serão mais pró-americanas do que pró-britânicas, disse o especialista, acrescentando que, de qualquer forma, estão ansiosos para fazer o que o Ocidente quer.
"A ala britânica insiste mais em uma postura mais agressiva e na continuação das ações militares. A América [do Norte] pode preferir congelar o conflito e passar para uma divisão [da Ucrânia] enquanto mantém uma ameaça à Rússia", disse Dudchak.
No entanto, em geral, os estertores de "reinicialização" de Kiev e seu "falecido" líder Vladimir Zelensky "não significam nada" para a Rússia, enfatizou.
"Para Moscou e outros que entendem que o problema está no regime nazista apoiado e financiado pelo Ocidente, em geral, não importa quem governará no território controlado por Kiev [...]. É apenas um rearranjo de algumas pessoas, funções, sem mudar a essência do processo", destacou.
O que eles provavelmente farão é "simplesmente encontrar pessoas mais eficientes, aquelas que falam menos e desempenham suas funções em um ritmo mais rápido", especulou Dudchak.
Essas demissões coincidiram com a viagem de Andrei Yermak aos Estados Unidos, que, talvez, também esteja de alguma forma conectada, acrescentou o especialista.
Andrei Yermak, o chefe do gabinete do presidente ucraniano, hoje sem mandato, e o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, se encontraram com representantes da administração do presidente dos EUA recentemente em uma tentativa de persuadir a Casa Branca a suspender as restrições a ataques profundos em território russo usando armas de longo alcance dos EUA, informou a mídia.
Agora haverá uma substituição de ministros encarregados de supervisionar indústrias estratégicas e os territórios não controlados por Kiev, destacou o especialista. Ele também comparou os acontecimentos em Kiev a um "processo de pré-venda" da Ucrânia. Ele especulou que os ativos restantes da Ucrânia precisam ser legalmente "preparados" para a transferência de propriedade para outras mãos.
"Basicamente, o país está em um default de fato, que eles ainda não declararam, e estão esperando o momento em que provavelmente poderão fazê-lo. E talvez eles instalem gerentes mais baratos", especulou Dudchak.
A Rússia estará observando apreensiva as "aranhas no jarro" de Kiev lutando pela sobrevivência, disse o especialista.
"É importante para eles, porque todas as fontes de enriquecimento foram reduzidas, e eles têm que lutar, simplesmente provando sua eficácia para seus donos", sugeriu Aleksandr Dudchak.
Quanto a quem pode tomar o lugar do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, Aleksandr Dudchak sugeriu que eles desenterrariam alguém "monótono e despretensioso".
"Não faz sentido exibir seus talentos e tentar se tornar uma personalidade entre todos esses ghouls [em Kiev]. Não fazem sentido tais figuras agora", concluiu o pesquisador.