"A declaração do Putin sobre o Brasil coloca o Brasil de novo nessa questão [como solucionador e intermediador], que é algo que o presidente Lula vem desde o início do mandato se posicionando. E o Brasil, inclusive, já tinha demonstrado interesse em ser mediador desse conflito", cravou a internacionalista.
Mudança de percepção
"O Ocidente coletivo tem tomado uma posição de derrotar a Rússia. Por isso o presidente Putin chega a essa referência ao Brasil, e a mesma coisa à China, que é uma aliada até mais orgânica da Rússia. Ela busca uma solução, porque à China não interessa economicamente e geopoliticamente esse conflito; ela busca uma saída concertada. Mas isso não interessa ao Ocidente liderado pelos Estados Unidos", analisou Albuquerque.
"Acredito que a afirmação do Putin pode impactar a percepção de alguns países sobre a neutralidade do Brasil, mas talvez seja até interessante trazer o Brasil para essa discussão", comentou Larissa. Ela destacou que "o Brasil é um país que não se envolve em conflitos, tem boas relações com os seus vizinhos" e que sempre manteve a visão de ser um país pacífico em sua política externa.
Ucrânia desinteressada no fim do conflito
"Ela [a Ucrânia] parece ter um interesse de lutar até o fim e, de alguma maneira, criar uma provocação contra a Rússia, como a gente tem visto em Kursk. Então pode haver, na realidade, um aumento de um racha, com o Norte Global querendo a guerra, o Sul Global não querendo e sendo apontado como a parte 'não neutra' pelo Norte Global. [Porém] este, sim, não é neutro e incentiva um lado do conflito", cravou à Sputnik Brasil.