Panorama internacional

França deve se juntar ao BRICS após mudança de liderança, diz ex-eurodeputado

A França, tradicionalmente a favor da multipolaridade na política externa, deve se juntar ao BRICS. Uma mudança de liderança em Paris tornaria teoricamente possível a entrada da França nesse bloco, disse à Sputnik o ex-deputado francês do Parlamento Europeu e analista político Aymeric Chauprade.
Sputnik
Em uma conversa às margens do Fórum Econômico do Oriente, ele observou que a ideia de a França se juntar ao grupo BRICS pode parecer estranha à primeira vista, mas a política externa de seu país tradicionalmente é a favor da multipolaridade.
Entretanto, após a presidência de Jacques Chirac (1995–2007), essa tradição se perdeu e Paris começou a seguir a linha americana no cenário mundial, acrescentou Chauprade.

"A adesão ao BRICS é um retorno à nossa política natural. Portanto, é absolutamente natural, não é estranho. E é realista porque a França não é apenas um país europeu. Territorialmente, é uma potência global. Temos territórios no Pacífico, no Caribe, em muitos lugares. Temos a segunda maior zona marítima do mundo. Participamos do Fórum do Oceano Índico [associação de cooperação regional dos países do Oceano Índico], em muitos fóruns regionais, portanto é lógico pertencer a esse Sul Global, como dizemos, ao BRICS", disse Chauprade.

Panorama internacional
BRICS está se fortalecendo porque seus membros respeitam os 'interesses soberanos', diz analista
Em sua opinião, para ingressar no BRICS, a França precisa primeiro mudar sua liderança política e depois enviar o respectivo pedido à associação.
O especialista apontou que cabe ao BRICS aceitar o país ou não, mas a França é um Estado importante no cenário mundial, pois "poderia mudar completamente o cenário mundial e aumentar a possibilidade de um mundo realmente multipolar".
A Rússia assumiu a presidência do BRICS em 1º de janeiro deste ano. Nessa data, além da Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul, entraram no bloco os novos países-membros: o Egito, a Etiópia, o Irã, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita.
Em junho, o primeiro-ministro da Malásia Anwar bin Ibrahim confirmou a Lula da Silva a intenção da Malásia de participar do BRICS.
No dia 20 de agosto, o Azerbaijão solicitou oficialmente sua adesão ao BRICS.
Recentemente, o assessor presidencial russo Yuri Ushakov confirmou que a Turquia havia se candidatado a membro pleno do BRICS e que o pedido está sendo analisado.
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!

Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.

Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).

Também estamos no TikTok.

Comentar