"Os problemas atuais de paz/guerra no mundo exigem atualização dos mecanismos jurídicos e institucionais da ONU [Organização das Nações Unidas] e introduzir alternativas ao FMI [Fundo Monetário Internacional] e ao BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] para o fomento das economias emergentes. O Brasil e outros membros do BRICS reconhecem a necessidade de mudança e de uma ordem mais multipolar. O Brasil escolheu e escolhe o caminho da multipolaridade a partir do aprofundamento das interações entre os membros do BRICS. O papel da atual política externa brasileira compreende que os ganhos relativos no desenvolvimento dessas parcerias estratégicas, na consolidação do BRICS, é mais substantivo do que optar por outros caminhos já traçados no passado", enfatiza.
Quais países compõem o BRICS?
"O Brasil tende a ter uma visão estratégica correta de sua inserção global. Exercer uma liderança na América do Sul, navegar com habilidade entre os desafios novos da integração econômica, articular de forma adequada os níveis regional, hemisférico e global e preservar o perfil de um negociador global. Ou seja, a atuação ou a arregimentação dos aliados latino-americanos para o BRICS revela o esforço de uma diplomacia ativa e altiva", enfatiza.
Questionamento da ordem global vigente
"O tom predominante entre os membros do BRICS parece focar na promoção de uma agenda multilateral e na inclusão de nações emergentes ou potências médias em tomadas de decisão sobre questões globais. Não diria que se trata necessariamente de confrontar a hegemonia dos Estados Unidos, mas sim de questionar a ordem global vigente, incluindo suas instituições, regimes e estruturas de poder, buscando maior atuação de países emergentes, potências médias do Sul Global", afirma.