Panorama internacional

Tejas da Índia pode ser alternativa ao equipamento ocidental para o Sul Global, diz analista

O HAL Tejas, caça supersônico, vem fazendo ondas no mercado internacional com várias nações demonstrando interesse em adquirir o jato de caça de fabricação indiana. No entanto, um pedido de exportação ainda não foi formalizado.
Sputnik
Os EUA podem anular a potencial venda da aeronave Tejas pela Índia ao Brasil porque o avião de guerra do país do Sul da Ásia pode emergir como um concorrente direto aos jatos militares norte-americanos, que Washington deseja exportar para países do Sul Global, disse um especialista em defesa à Sputnik.
De acordo com o veterano aposentado capitão do Grupo da Força Aérea Indiana (FAI) Uttam Kumar Devnath, o Brasil, como muitas outras nações latino-americanas, do Sudeste Asiático e africanas, não deseja adquirir nenhum avião de guerra ocidental e está muito interessado em adquirir o caça Tejas da Índia.
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Ele acredita que o tenente-brigadeiro da Força Aérea Brasileira Marcelo Kanitz Damasceno, que atualmente está na Índia, considerou a aeronave Tejas muito bem-sucedida, leve e relativamente econômica em comparação aos jatos militares ocidentais.
Além disso, o Brasil teve experiência em primeira mão com o Tejas durante o exercício aéreo Tarang Shakti, realizado recentemente na Base Aérea de Sulur, em Tamil Nadu, e na Base Aérea de Jodhpur, no Rajastão, onde demonstrou suas capacidades ar-ar e ar-superfície.
No ano passado, a Argentina estava prestes a adquirir o Tejas da Índia, mas Buenos Aires desistiu do plano devido à intensa pressão dos EUA e, em vez disso, adquiriu caças F-16 usados ​​da Dinamarca.

"A Argentina caiu no blefe ocidental, pois Washington conseguiu convencer o Estado sul-americano de que o avião de guerra fabricado pela Lockheed Martin era muito mais potente do que a aeronave indiana. Falando francamente, esse é um problema encontrado por muitos países que não são aliados dos EUA ou do Ocidente", disse Devnath à Sputnik Índia nesta sexta-feira (13).

Afinal, os países do Sul Global querem otimizar seus gastos com defesa. Adquirir equipamento militar americano é caro, e mantê-lo é mais ainda, afirmou Devnath.
Ele enfatizou que, por isso, eles estão buscando opções de baixo custo, como o Tejas, que já está em uso pela FAI e foi altamente avaliado em termos de manobrabilidade, leveza e velocidade.
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"Outro problema que a Índia enfrenta em suas tentativas de vender o Tejas para países estrangeiros é seu conteúdo. É preciso notar que apenas 60% do conteúdo da aeronave é indiana, enquanto o restante é proveniente do exterior. Enquanto o motor que impulsiona o Tejas é fabricado pela GE, seu traje de guerra eletrônica (EW) é de origem israelense, e os assentos ejetáveis ​​Martin-Baker instalados no jato de caça são importados do Reino Unido", elaborou Devnath.

"Eu diria que as chances do Tejas se tornar um item de exportação de renome testemunhariam um salto significativo quando o nível de componentes indígenas na aeronave saltasse para mais de 80%. Elas melhorariam ainda mais se, em vez de um motor americano, ele fosse movido por um motor desenvolvido domesticamente como o Kaveri ou um motor russo, porque Moscou nunca criou obstáculos nas exportações de defesa da Índia. Um caso em questão é o BrahMos", concluiu o especialista militar.

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