O artigo fala sobre a possível aprovação pelo governo Biden de autorização para a Ucrânia atacar alvos no território da Rússia longe da zona de conflito.
Os autores avisam que tal decisão gera o risco mais alto de um confronto nuclear desde a época da Crise do Caribe no ano de 1962, quando a União Soviética implantou mísseis balísticos em Cuba em resposta à implantação de mísseis norte-americanos na Turquia, que atingiriam os maiores centros políticos e industriais da URSS.
"Precisamos exigir, agora mesmo, que [Kamala] Harris e o presidente [Joe] Biden revertam sua agenda de guerra insana e iniciem negociações diretas com Moscou", escreveram.
Eles apontam que a febre militarista em Washington atingiu um nível sem precedentes, lembrando que a vice-presidente e a candidata democrata Kamala Harris, em um debate com Trump, "evocou imagens de forças russas rolando pela Europa", o que é "absurdo".
Conforme o artigo, o candidato republicano Donald Trump prometeu acabar com esse conflito, mas quando ele retornar à Casa Branca "pode ser tarde demais".
Neste contexto, a agência de notícias Bloomberg disse que aliados de Kiev acreditam que o momento certo para chegar a acordos sobre a Ucrânia pode ser o período entre a eleição presidencial dos EUA e a posse.
Segundo o artigo, os EUA deveriam pensar mais seriamente do que antes sobre um possível fim negociado para o conflito ucraniano.
Ao mesmo tempo, segundo as fontes da agência, se espera que Vladimir Zelensky defenda a adesão da Ucrânia à União Europeia (UE) e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), como parte do chamado plano da "vitória" da Ucrânia que ele quer apresentar a Joe Biden.
Além disso, Zelensky quer concluir acordos de segurança para Kiev continuar a receber armas avançadas.
Como observou uma autoridade sênior dos EUA, Washington espera que esse plano seja maximalista e abstrato.
A eleição presidencial dos EUA vai ser realizada em 5 de novembro. O Partido Democrata é representado pela vice-presidente Kamala Harris, enquanto o Partido Republicano pelo ex-presidente Donald Trump. A posse do novo presidente deve ocorrer em 20 de janeiro de 2025.
Em julho, o presidente russo Vladimir Putin disse que um cessar-fogo na Ucrânia é impossível sem o acordo do "lado oposto" sobre medidas irreversíveis e aceitáveis para a Rússia.
Ele enfatizou que a Rússia não pode permitir que o inimigo se aproveite do cessar-fogo para melhorar sua situação e recuperar suas forças.
Contudo, à margem do Fórum Econômico do Oriente em setembro, Putin disse que se a Ucrânia desejasse negociar, a Rússia não se recusaria, mas essas negociações seriam realizadas com base nos acordos estabelecidos em Istambul em 2022.