Em entrevista à Sputnik, o analista Yair Cybel considerou que há "um certo esgotamento" da população com o discurso "monótono".
O discurso proferido pelo presidente argentino, Javier Milei, perante o Congresso para apresentar o projeto de orçamento para 2025 não teve os parlamentares como únicos destinatários. Ambientado em horário central e transmitido em rede nacional, também buscou ser uma oportunidade para o presidente ratificar sua política fiscal perante os argentinos.
Pesquisa da consultoria Ibope, coletada pelo jornal La Nación, mostrou que o turn-on — ou seja, o número de pessoas assistindo a um programa na televisão — caiu 10 pontos assim que a rede nacional começou o discurso do líder argentino.
O mesmo relatório afirma que, terminada a transmissão, a rede aberta do país recuperou sua audiência habitual. A Telefe, que permaneceu com a maior audiência, passou de 2,9 pontos durante o discurso de Milei, para 8,3 às 22h15, encerrada a sua intervenção.
"É um fato significativo que muitas pessoas que assistiam à transmissão tenham desligado a televisão ou decidido assistir a outra coisa. Acho que tem a ver com um certo esgotamento da discussão política que as pessoas na Argentina vivem constantemente", averiguou o analista argentino e especialista em comunicação política Yair Cybel.
Para Cybel, a queda na avaliação durante o discurso é um fato que não deve ser "superestimado", mas que pode ajudar a compreender que a "atratividade" que o presidente Milei tinha "estava relacionada com a sua novidade" da política tradicional.