Cerca de 5 mil dispositivos eletrônicos, como pagers, walkie talkies, detonaram simultâneamente no Líbano nos dias 17 e 18 de outubro, matando dezenas e mutilando milhares. O Hezbollah, cujos membros foram o principal alvo do ataque, caracterizou a ação como "um ato de terrorismo" israelense e uma "declaração de guerra".
O presidente de Israel, Isaac Herzog, negou qualquer envolvimento de Tel Aviv no ataque.
Fontes do jornal israelense, Jerusalem Post, no entanto, não só confirmam a autoria israelense, como também afirmam que o ataque foi planejado "em vários estágios, alguns datando de anos atrás" e outros de "meses", com o ajustes na operação feitos há apenas cinco meses.
A reportagem desafia outras divulgadas anteriormente em que autoridades dos Estados Unidos afirmam que Israel pode ter realizado o ataque após, supostamente, o Hezbollah ter descoberto a operação. "Foi um momento de usar ou perder", disse um oficial anônimo dos EUA ao portal Axios, na quarta-feira (18).
As fontes da mídia israelense indicaram que o ataque foi possível por meio de ajustes nas baterias de lítio dos dispositivos e que as táticas envolvidas "existem há muito tempo", embora nada em escala comparável tenha sido tentado.
O Jerusalem Post notou também que nos dias que antecederam as explosões em massa de pagers, "tanto [o primeiro-ministro Benjamin] Netanhay, quanto o ministro da Defesa, Yoav Gallant, fizeram declarações públicas sobre tornar o retorno dos moradores do norte de Israel para suas casas como uma das principais missões da guerra atual".
O jornal israelense ainda em seu relatório que "nas semanas e dias que antecederam a semana passada, Israel estava mudando suas forças terrestres e aéreas fortemente em direção à fronteira norte, após ter concentrado a maioria delas em Gaza desde 7 de outubro de 2023".
Sob essa luz, os ataques com pagers e outros dispositivos eletrônicos podem ter constituído um ataque israelense preventivo antes de uma campanha militar mais ampla.
O terror dos pagers desencadeou uma escalada dramática de ataques de mísseis, foguetes e artilharia entre as Forças de Defesa de Israel e o Hezbollah nos últimos dias. No domingo, o grupo de milícias xiitas libanesas anunciou que sua campanha contra Israel havia entrado em uma "nova fase".