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Lula discursa na ONU, denuncia necessidade de reformas, mas estoura tempo e tem microfone cortado

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva durante a Sessão de Abertura da Cúpula do Futuro, no Salão da Assembleia Geral, da Sede das Nações Unidas (ONU), Nova York, EUA, 22 de setembro de 2024
Discursando brevemente na Cúpula do Futuro, iniciativa lançada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Pacto da ONU aprovado neste domingo (22) não é suficiente ainda para lidar com as crises estruturais de suas instituições multilaterais.
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Por determinação do presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), os chefes de Estado estavam limitados a apenas cinco minutos para discursar. Lula também se viu prejudicado pelo limite de tempo imposto, mas, mesmo depois de ter tido seu microfone cortado, continuou até concluir sua fala.
A iniciativa da ONU para tentar resgatar os organismos multilaterais e tentar chegar a compromissos dos governos em áreas como o clima, inteligência artificial (IA) e governança global, nas palavras de Lula, careceu de "ambição e ousadia", apesar de reconhecer avanços como a criação de uma instância de diálogo entre presidentes e líderes de instituições financeiras internacionais que promete recolocar a ONU no centro do debate econômico mundial.
"Voltar atrás em nossos compromissos é colocar em xeque tudo o que construímos tão arduamente. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram o maior empreendimento diplomático dos últimos anos e caminham para se tornar nosso maior fracasso coletivo", destacou o presidente ao longo de sua fala.
O presidente aproveitou a parte final de seu pronunciamento para defender a reformulação do sistema da ONU e das instituições financeiras internacionais, para atender as demandas dos países em desenvolvimento, chamando a atenção para as fraquezas dessas instituições.

"A maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir suas decisões. A Assembleia Geral [da ONU] perdeu sua vitalidade, e o Conselho Econômico e Social foi esvaziado. A legitimidade do Conselho de Segurança encolhe a cada vez que ele aplica duplos padrões ou se omite diante de atrocidades", declarou Lula.

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O presidente criticou ainda o fato de as instituições de Bretton Woods desconsiderarem as prioridades e as necessidades do mundo em desenvolvimento, afirmando que "o Sul Global não está representado de forma condizente com seu atual peso político, econômico e demográfico".
Quando Lula mencionou que "a Carta da ONU não faz referência à promoção do desenvolvimento sustentável", seu microfone foi cortado. Mas ele não cedeu e prosseguiu.
"Precisamos de coragem e vontade política para mudar, criando hoje o amanhã que queremos. O melhor legado que podemos deixar às gerações futuras é uma governança capaz de responder de forma efetiva aos desafios que persistem e aos que surgirão", completou.
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