Em entrevista ao programa de rádio Natureza Viva da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ele declarou que as queimadas na região em 2024 foram agravadas por fenômenos climáticos atípicos e a ação criminosa de pessoas agindo com "conotação política", em resposta às medidas adotadas pelo atual governo para combater o desmatamento ilegal no país.
"Tem, inclusive, incêndio que a gente imagina que possa ter conotação política. É uma reação de parte da sociedade que não se conforma, que não se enxergou dentro da sustentabilidade", afirmou.
O secretário também disse que o país vive uma seca atípica em função das mudanças climáticas globais, como o aquecimento do oceano Atlântico, que era um fenômeno de menor intensidade nos anos anteriores.
A intensificação do desmatamento no Cerrado e na Amazônia também contribuiu para a diminuição da umidade do ar e falta de chuva:
"Uma coisa é prever um ano seco. Outra coisa é prever um ano extremamente seco. É o maior ano de seca nos últimos 60 anos na Amazônia, nesse grau que a gente está vendo, não só de baixa umidade, de praticamente zero de chuva e de alta de calor. São três elementos simultaneamente agindo sobre a Amazônia, em um momento em que não era mais para ser assim", disse.
O governo federal se comprometeu na última semana a liberar mais recursos para o combate às queimadas e a aquisição de equipamentos, a fim de ajudar os estados a enfrentarem uma das piores estiagens em décadas no país. Além dos R$ 514 milhões de crédito extraordinário já liberados, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criará uma linha de crédito destinada à compra de viaturas e equipamentos para os bombeiros.
Afetados
Mais de 11 milhões de pessoas já foram afetadas diretamente pela onda de incêndios que afeta o Brasil desde o início do ano em meio a uma seca histórica. De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios, na comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento dos casos é alarmante: em 2023 foram somente 3,8 mil pessoas afetadas e 23 municípios em situação de emergência.
Já os prejuízos econômicos com as queimadas chegaram a R$ 1,1 bilhão. Por conta da situação enfrentada no Brasil, a CNM defende a criação do Conselho Nacional de Mudança Climática, além da Autoridade Climática Nacional e o Fundo Nacional de Mudança Climática. A proposta prevê ainda 3% da arrecadação do Imposto de Renda e do IPI para o fundo.