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Lula: se Zelensky 'fosse esperto', diria que a solução para a paz é diplomática (VÍDEO)

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quarta-feira (25), em coletiva de imprensa em Nova York, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que se Vladimir Zelensky "fosse esperto", entenderia que a única solução para a paz na Ucrânia virá por meio da diplomacia.
Sputnik

"Ele, se fosse esperto, ele diria que a solução é diplomática, não é militar", declarou o presidente na coletiva, em que estava acompanhado dos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco.

Ao responder a uma pergunta sobre críticas feitas por Zelensky, no Conselho de Segurança, sobre a proposta conjunta para a paz do Brasil e da China, Lula comentou:

"Ele só falou o óbvio: defender a soberania é obrigação dele, defender o território é obrigação dele. O que ele não está conseguindo fazer é a paz. Não estamos propondo fazer a paz por eles, estamos chamando a atenção para que levem em consideração que somente a paz vai garantir que a Ucrânia sobreviva enquanto país soberano."

Ataques de Israel no Líbano

Lula condenou "veementemente" os vários ataques de Israel na Cisjordânia e no Líbano e o que chamou de "genocídio" em Gaza, que causaram dezenas de milhares de mortos e feridos.

"Os países que dão sustentação ao discurso do primeiro-ministro [Benjamin] Netanyahu precisam fazer um esforço maior para que esse genocídio pare", declarou ele. "Tenho certeza de que a maioria do povo de Israel não concorda com o que governo está fazendo."

Lula criticou ainda a ONU pela inoperância em contribuir para o fim do conflito.

"Várias discussões e tentativas de paz e de cessar-fogo foram aprovadas, e ele [Netanyahu] não cumpre. Por isso estamos nessa briga, de fortalecer a ONU como um instrumento para tomar decisão e as coisas acontecerem."

Acordo Mercosul-UE

Lula comentou que nunca esteve tão otimista em relação a um possível acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE).

"Ontem [24] disse à Ursula von der Leyen, que é a companheira que negocia, junto com meus ministros, que o Brasil esteja pronto para assinar o acordo. Agora a responsabilidade é toda da União Europeia, e não do Mercosul, porque durante 20 anos se jogava a culpa no Mercosul […]. E ainda disse a ela: 'Se vocês se prepararem, podemos assinar durante a reunião do G20 ou até com champanhe na sede da União Europeia'", reforçou ele, ao citar outros potenciais acordos do bloco sul-americano, com Índia, México e China.

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Encontros bilaterais

Na longa agenda de diálogos e eventos paralelos à assembleia, Lula encontrou-se também com o presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo; o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer; e o presidente da França, Emmanuel Macron.

G20

Mais cedo, em evento com ministros das Relações Exteriores do G20, o presidente brasileiro defendeu que as nações do grupo econômico não podem se furtar das responsabilidades diante das graves crises geradas pelas mudanças climáticas e cobrou ações efetivas do grupo no combate à fome e na mudança da gestão das principais instituições multilaterais.

"O Brasil está trabalhando com afinco para conseguir avanços concretos na agenda do G20. O G20 é responsável por 80% das emissões globais de gases de efeito estufa. Sua liderança na missão de conter o aquecimento a 1,5 grau fará a diferença para todo o planeta", afirmou Lula. Em 2024, o Brasil exerce a presidência do G20 e recebe a reunião de cúpula do grupo, nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.

Esta foi a primeira vez que os países do grupo se reuniram na sede da ONU, em Nova York, em encontro aberto a todos os integrantes da organização.
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Ontem (24), Lula abriu a 79ª Assembleia Geral da ONU. Neste ano, os temas da reunião são diversidade, paz, desenvolvimento sustentável e dignidade humana. No discurso, Lula também falou de mudanças climáticas, transição energética e preservação para além dos desafios do multilateralismo e dos limites da ONU e suas instituições.
Crítico conhecido do anacronismo da ONU tanto no que diz respeito à representatividade de suas instâncias, como o Conselho de Segurança, quanto no âmbito geral da própria assembleia, que não consegue mais lidar com a mediação entre os Estados, o presidente brasileiro mencionou os atuais conflitos quentes ao redor do mundo, em especial o da Ucrânia e o israelo-palestino — cujas soluções viriam, na ótica de Lula, do plano para a paz de Brasil e China, e da solução de dois Estados, respectivamente.
Lula citou ainda os fortes desafios climáticos que o mundo enfrenta em caráter generalizado, e justificou na bioeconomia uma saída viável para alguns desses problemas.
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