De acordo com o Financial Times (FT), a ministra da Energia da Bélgica, Tinne Van der Straeten, afirmou que a UE deve "ir mais longe" para impedir que o GNL russo chegue ao bloco.
Segundo a ministra belga, as regras introduzidas por Bruxelas em dezembro de 2023 não são suficientes para reduzir os contratos de fornecimento de GNL, cuja duração padrão costuma ser de dez anos.
"Investigamos isso [...]. Temos gás russo chegando à Bélgica. Olhei embaixo de cada pedra e a [legislação] do gás não ajudará", disse Van der Straeten. "Precisamos de uma abordagem europeia", afirmou ela.
Ainda segundo a apuração, a ministra holandesa do Clima e Crescimento Verde disse ao parlamento do país que levantaria a questão em uma reunião de ministros de Energia da UE no mês que vem uma vez que o número de petroleiros transportando gás russo — com cerca de 70.000 a 80.000 toneladas de gás, cada — chegou a dois por mês durante o verão (Hemisfério Norte) ao principal terminal de Roterdã.
Bruxelas tem pressionado consistentemente os países da UE a reduzir sua dependência de combustíveis fósseis russos desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia. Apesar disso, não chegou a introduzir sanções ao combustível, além de uma proibição de transbordo— a importação e reexportação de GNL russo para outros países — que foi acordada em junho, mas ainda não entrou em vigor.
Depois da Espanha, a Bélgica foi o segundo maior importador de GNL russo em 2023, de acordo com a empresa de análise Kpler. Mas ao que tudo indica, a França parece pronta para ultrapassar a Bélgica e a Espanha neste ano após um aumento nas importações para Dunquerque e Montoir.
Mesmo ante a pressão de países importadores como Bélgica e Países Baixos para introduzir sanções ao GNL russo, há pouca perspectiva de garantir o acordo unânime os Estados-membros do bloco europeu.