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Economia verde: Europa está dividida sobre a proibição de motores clássicos para carros até 2035

A fabricante de automóveis sueca Volvo, que pertence ao consórcio chinês Geely, e outras 50 empresas pediram a Bruxelas que aplique a proibição de carros com motores de combustão interna (ICE, em inglês) até 2035, escreve o portal tcheco Hrot24. No entanto, os maiores fabricantes europeus permaneceram em silêncio e "têm as suas razões", acrescenta.
Sputnik
"A eletrificação é a principal medida que a nossa indústria pode tomar para reduzir a sua pegada de carbono [...]. Instamos os decisores políticos da União Europeia [UE] a se concentrarem nas medidas que devemos tomar para conseguir isso", declarou o CEO da Volvo, Jim Rowan.
Na sua opinião, a mudança para veículos elétricos (VE) é precisamente o que garantirá que a indústria europeia seja competitiva a nível mundial na produção de automóveis com motores elétricos.
Outras empresas — incluindo a Uber Technologies, o fabricante de mobiliário IKEA e a empresa energética espanhola Iberdrola — se juntaram à Volvo, argumentando que a indústria europeia precisa de certeza e de condições previsíveis para o investimento e o desenvolvimento empresarial. Como comentou o CEO da Electreon, Oren Ezer, isso é especialmente importante "à medida que os EUA e a China continuam a promover ativamente suas respectivas indústrias de carros elétricos".
No entanto, as metas ambiciosas da UE para reduzir as emissões de gases de efeito estufa "têm sido cada vez mais criticadas" nos últimos meses por alguns gestores sêniores de empresas europeias.
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Por exemplo, o maior fabricante de automóveis da Europa, a Volkswagen, foi forçada a admitir que a transição para carros elétricos está progredindo com dificuldade e terá de fechar algumas fábricas e despedir pessoal. A Mercedes-Benz também afirmou que deveria reconsiderar o prazo para deixar de vender carros com motores de combustão interna (ICE, na sigla em inglês).

"Paradoxalmente, a Volvo também anunciou recentemente que oferecerá um modelo híbrido a partir de 2030, embora já tivesse prometido que produziria e venderia exclusivamente VE", destaca o portal.

Os defensores da proibição dos motores de combustão interna argumentam que a Europa deve alcançar os concorrentes norte-americanos e chineses na produção de VEs, se recusando a investir no desenvolvimento de tais motores de combustão. Por outro lado, observa-se que as vendas deste tipo de veículos estão caindo no mercado europeu, "o que faz com que a maioria dos fabricantes questionem a necessidade de mudar completamente para os VE", detalha a mídia.
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Além disso, o adiamento da proibição dos ICEs é também promovido a nível nacional na Itália, a terceira maior economia do bloco europeu. Assim, a Stellantis, maior fabricante de automóveis da península dos Apeninos, já interrompeu a produção de carros elétricos Fiat 500 na sua fábrica de Turim devido à falta de compradores, o que preocupa as autoridades de Roma.
Segundo a Bloomberg, a primeira-ministra do país, Giorgia Meloni, argumentou que a política ecológica de Bruxelas "é autodestrutiva", e o ministro da Indústria italiano, Adolfo Urso, insistiu que o plano de redução de emissões da UE fosse cuidadosamente revisto.

Caso contrário, prevê o Hrot24, "centenas de milhares de empregos desaparecerão" na indústria automobilística europeia. Mas se os ICEs forem mantidos, "a introdução de combustíveis sintéticos e biocombustíveis seria possível" e a indústria permaneceria à tona, resume a apuração.

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