Panorama internacional

Quem será vencedor e quem será vencido na corrida pela energia nuclear no mundo?

Os europeus e norte-americanos apostaram na descarbonização, exigindo triplicar as capacidades das usinas nucleares até 2050 na conferência climática COP28, mas parecem não estar preparados para a mudança.
Sputnik
Na Semana do Clima em Nova York de 22 a 29 de setembro de 2024, os principais bancos e organizações financeiras do mundo endossaram formalmente a ambiciosa meta da COP28, atribuindo à energia nuclear um papel fundamental na descarbonização.
Inicialmente, os especialistas do clima classificaram a energia nuclear da mesma maneira que outras fontes tradicionais de energia, planejando substituí-la por turbinas eólicas e painéis solares.
Agora, as usinas nucleares estão de volta à agenda ambiental.

Situação no Ocidente

O consumo de energia na Europa mostra que, abdicando do fornecimento do gás russo, não é possível obter muita energia com o vento ou o sol.
O problema está se tornando global: nos EUA, há cada vez menos usinas nucleares, e as que existem estão obsoletas.
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Enquanto a Alemanha fechou todas as suas usinas nucleares, como parte da luta pelo meio ambiente, sua vizinha, a França, é líder mundial em proporção de energia nuclear no setor energético – 70%.
Agora, Berlim está comprando energia das usinas nucleares francesas e das polonesas, que produzem eletricidade a partir do carvão.

"Ao contrário das fontes renováveis, como a eólica ou a solar, as usinas nucleares podem operar 24 horas por dia. Isso é especialmente importante durante os períodos de pico de consumo, quando as usinas solares ou eólicas não conseguem lidar com a sobrecarga. E o mundo precisa cada vez mais de energia para tecnologias como a inteligência artificial, por exemplo", diz o cientista político Pavel Sevostyanov da Universidade Russa de Economia Plekhanov.

Há mais política do que pragmatismo na energia verde. Fornecer eletricidade a uma casa de campo e a uma grande megalópole industrial está longe de ser a mesma coisa, observa Khadzhimurad Belkharoev, cientista em relações econômicas internacionais da Universidade Russa da Amizade dos Povos.
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Novas potências energéticas

A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que a energia nuclear crescerá a uma taxa média anual de 3% nos próximos anos.
Para o Ocidente, a tarefa de expandir a energia nuclear é extremamente difícil. Há falta de matérias-primas, perda de competências e falta de financiamento.
Mais da metade dos novos reatores vai ser comissionada na China e na Índia, com 90% das unidades em construção sendo russas ou chinesas.
Na questão dos recursos, a Rússia hoje em dia está entre os líderes. No ano passado, Moscou exportou urânio enriquecido no valor de US$ 2,7 bilhões (R$ 14,69 bilhões).
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A empresa Enrichment Market Outlook prevê que, até 2035, a Rússia controle até 30% do mercado global nesse segmento.
Com as sanções impostas à Rússia, o país está substituindo os antigos parceiros por novos.

"A África é o novo pólo de atração. Esse continente carece claramente de artérias de água de superfície, o que dificulta seriamente o desenvolvimento do setor de energia hidroelétrica e, consequentemente, da indústria, bem como o desenvolvimento dos ricos recursos escondidos no seu subsolo. Nessas condições, uma usina nuclear é a solução ideal", explicou Belkharoev.

Anteriormente, o presidente russo Vladimir Putin declarou que a Rússia deve consolidar a liderança mundial na esfera nuclear, essa é um dos objetivos de um novo projeto nacional da Rússia.
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