"Antes disso, eu trabalhava em ONGs […] com refugiados sírios, palestinos e, também, com a população mais carente libanesa. Eu tenho um filho de 14 anos que é gaúcho, nasceu no Rio Grande do Sul e mora comigo", relata.
"Infelizmente, por ter esse trauma de guerra, eu falei: 'Não, eu não quero passar por isso de novo, não quero passar por isso com o meu filho. Não vou ficar esperando até daqui a pouco fechar o aeroporto.'"
"Então a gente estava esperando, quem sabe, que estava tendo essas reuniões na ONU [Organização das Nações Unidas], que talvez podia ter um acordo de paz. Então você fica com a esperança que as coisas possam amenizar. Mas aí não estavam amenizando. Então, assim, da minha parte, eu falei: 'Não, eu sou mãe solo, cuido do meu filho.' Falei: 'Preciso tomar uma decisão, não posso, não quero ficar em um país em que eu não tenho como sair dali.'"
"Eu falei para o meu filho: 'Gente, para ver a diferença de alguns minutos que, de repente, a gente podia estar passando e acontecer alguma coisa com a gente.' Você volta a dar esse valor à vida, que não dá para saber assim. De um minuto para o outro você pode estar viva ou não estar."
"Infelizmente, o Líbano está querendo cessar-fogo, mas Israel não. Então é triste […] como eu sou guia, não quero chegar e falar da história que um dia existiu o território ali do Líbano, e agora não existe mais. É triste de ver isso, não é fácil", afirma.