"Não dá para nós pensarmos que o que falta ainda fazer no Brasil é a mesma necessidade que ainda precisa ser resolvida em Botsuana, na Zâmbia ou no Marrocos. […] A África é um continente muito diverso. Nós temos 54 nações que têm algumas semelhanças, mas muitas diferenças."
"Nós vamos ter nacionalidades diferentes. Nós temos uma ação, por exemplo, com o porto de Las Palmas, o instituto vai assinar dentro da programação um acordo com a Autoridade Portuária de Las Palmas para que naquela região, nas Canárias, nós desenvolvamos um hub de transbordo de cargas, de equipamentos que usam, que vão usar essa tecnologia, tecnologia do porto, como um grande ativo, para empresas brasileiras, africanas e europeias", comenta.
"Nós temos uma história que não pode ser descartada. Ao contrário, precisa ser apresentada de forma muito direta, objetiva, clara, transparente. Durante as ações que o Instituto Brasil África realiza, não apenas o Fórum Brasil-África, mas também outras iniciativas, nós sempre entendemos que aquilo que nós vivemos aqui no Brasil está muito ligado às experiências tradicionais africanas", sintetiza.
Brasil e África no âmbito das relações exteriores
"As relações do Brasil com a África durante Lula 1 e Lula 2 foram muito intensas, depois perdem força. Durante o governo Bolsonaro elas perdem mais força ainda, e voltam agora", argumenta o especialista sobre o momento entre as partes.
"Tirando o âmbito educacional, a gente ainda percebe que o Brasil busca agora ter um interesse maior em reconstruir essa maior parceria com o continente africano no âmbito econômico", acrescenta, destacando iniciativas para encontrar novos mercados.
"Não adianta seguir um caminho por quatro anos e ficar oito anos ou 12 anos distante de um continente porque ele passa por transformações. […] É preciso ter uma política contínua dentro de um continente que cada vez mais ganha relevância no âmbito global", orienta Otavio.