Em entrevista à imprensa, o ministro qualificou como "erro grave" o fato de a concessionária de energia não ter dado prazo para o restabelecimento integral do serviço:
"Nos próximos três dias é preciso repor a maior parte da energia do povo paulista", alertou Silveira.
Em nota, a empresa afirmou que cumprirá o prazo estabelecido pelo governo e que a equipe foi ampliada, além do reforço de outros grupos de distribuição, como a Light e a Neoenergia, e reforço no processo de religamento.
De acordo com o último balanço divulgado pela própria Enel, pelo menos 537 mil imóveis ainda estavam sem luz em São Paulo e outras cidades de sua Região Metropolitana.
Pelo menos metade dos cortes de energia aconteceram devido à queda de árvores nas linhas de energia. A poda, por sua vez, é da responsabilidade do poder municipal, e não da Enel.
Já Wadih Damous, da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), declarou mais cedo que a Enel é reincidente e descumpriu medidas que a agência reguladora, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), havia solicitado desde a primeira crise de energia em novembro passado, quando um apagão durou quase uma semana por conta de fortes chuvas.
"Eventos climáticos não podem servir de justificativa para o que está ocorrendo, como essa demora no restabelecimento do fornecimento de energia", disse ele ao acrescentar que a Enel demitiu funcionários e terceirizou a prestação de serviços.
O secretário também informou que a Prefeitura de São Paulo será notificada para explicar se há poda de árvores na cidade.
A Aneel informou já ter multado a Aneel em R$ 320 milhões, sendo R$ 165 milhões por falhas no atendimento a ocorrências emergenciais em novembro de 2023.
O apagão ocorre em plena campanha eleitoral à Prefeitura de São Paulo, antes do segundo turno de 27 de outubro, que colocará o candidato de esquerda, Guilherme Boulos contra o atual prefeito Ricardo Nunes.
O governo federal informou ainda que foi aberta uma auditoria "completa" para verificar o processo de fiscalização exercido pela Aneel.