"Essas ações por parte de Seul não podem ser consideradas de outra forma senão como uma grosseira usurpação da soberania da Coreia do Norte, bem como uma interferência nos assuntos internos, com o objetivo de destruir a ordem estatal e política legítima do Estado independente e privá-lo do direito ao desenvolvimento independente", destacou.
Segundo a representante oficial, as autoridades sul-coreanas deveriam levar a sério os avisos de Pyongyang e evitar agravar ainda mais a situação na península em meio a uma imprudente campanha de provocação, que alimenta uma maior escalada de tensões carregadas de incidentes armados reais.
Além disso, enfatizou que Seul deveria perceber que promover o "conceito de tomada do poder" por meio da imposição de valores e da expansão de certas "liberdades" representa uma ameaça à segurança, principalmente para seus próprios cidadãos.
"Só é possível garantir a paz e a estabilidade a longo prazo na sub-região por meios políticos e diplomáticos baseados no princípio da segurança indivisível. Não há caminho alternativo, a menos que a agressão militar seja o verdadeiro objetivo da Coreia do Sul e de seu principal aliado: os Estados Unidos", apontou.
Zakharova acrescentou ainda que "a Rússia continuará a desempenhar um papel construtivo na península coreana, a fim de prevenir eventos perigosos e devolver a situação a uma direção positiva, inclusive com base no Tratado de Associação Estratégica Global com a Coreia do Norte".
Anteriormente, a Coreia do Norte denunciou a entrada de drones sul-coreanos em seu território, em um período em que as relações entre as duas Coreias estão em crise. Desde o final de maio, a Coreia do Norte lançou milhares de balões com detritos em direção ao território vizinho, em protesto contra o envio de propaganda da Coreia do Sul.
Em junho, Seul suspendeu o acordo militar com Pyongyang para reduzir as tensões na península coreana. A Coreia do Norte havia abandonado o acordo em novembro de 2023.