As tarifas de importação punitivas do bloco europeu de até 35,3% sobre os VEs chineses devem entrar em vigor até o final do mês, encerrando uma investigação antissubsídios de um ano.
Apesar de ambas as partes ponderarem a necessidade de entrar em acordo, os negociadores permanecem a quilômetros de distância, segundo pessoas familiarizadas com as discussões ouvidas pelo South China Morning Post (SCMP).
No sábado (12), o Ministério do Comércio da China disse que suas autoridades retornaram a Pequim, sem conseguir chegar a um acordo. "Até agora, as consultas não chegaram a uma solução aceitável para ambos os lados", disse o ministério.
Os dois lados não conseguem concordar sobre como os princípios básicos de um compromisso de preço devem funcionar, muito menos quem pagaria o que, deixando pouca esperança de uma resolução antes que as taxas dos VEs entrem em vigor já em novembro.
Ao longo das negociações, no entanto, a China vinculou um acordo de investimentos futuros no setor de veículos elétricos da Europa, dizendo que impostos mais baixos liberariam liquidez para empresas chinesas construírem fábricas lá — o que aparentemente não foi o suficiente para seduzir os tomadores de decisão europeus.
As formas de retaliação de Pequim, agora, são diversas. Já na semana passada, a China introduziu tarifas ao conhaque e pegou a Comissão Europeia desprevenida. É possível prever ainda um aumento de tarifa sobre carros de motor grande — o que afetaria a Alemanha e a Eslováquia, que votaram contra as tarifas de veículos elétricos.
Mesmo diante do impasse e ainda à espera de desdobramento, a pressão chinesa também tem sido vista no mercado como uma forma de impedir que a UE lance ainda mais ações comerciais de alto nível contra a China, fazendo com que a polêmica entorno dos VEs esgote o apetite dos Estados-membros por mais confrontos.