Com a negativa do Supremo Tribunal do Reino Unido em reavaliar o caso judicial que condenou a Argentina, a nação sul-americana não tem mais instâncias de apelação possíveis e é obrigada a pagar.
A ação foi movida por quatro fundos de investimento: HBK Master Fund, Hirsh Group, Virtual Emerald International e Palladian Partners, que acusaram o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) de mudar os parâmetros de cálculos aos quais os títulos da dívida estavam vinculados.
Os demandantes agora poderão executar a garantia de 313 milhões de euros (R$ 1,93 bilhão) que a Argentina depositou em março com uma carta de crédito emitida pelo Santander.
Em abril de 2023, o juiz britânico Stephen Phillips decidiu a favor dos fundos de investimento, que haviam apresentado a demanda em 2019.
O magistrado concluiu que houve distorções nas estatísticas públicas devido a uma mudança na metodologia do Indec em 2013, durante o governo de Cristina Kirchner (2007–2015). O órgão passou a usar o ano de 2004 como base de cálculo, em vez de 1993, como era anteriormente.
Durante o julgamento, os advogados argentinos argumentaram que o país pagou quase US$ 10 bilhões (R$ 55 bilhões) aos detentores dos "cupons PIB" desde que foram emitidos pela primeira vez em 2005, durante o governo de Néstor Kirchner (2003–2007).
Em maio e junho de 2023, a Argentina perdeu a apelação que havia apresentado a um tribunal londrino para anular a sentença contra o país emitida em primeira instância.
Os "cupons PIB" pagavam royalties se a atividade econômica crescesse mais de 3,22%. Em março de 2014, o então ministro da Economia e atual governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, anunciou que o PIB em 2013 havia crescido 3%, o que isentava o país de pagar aos bonistas.