Em uma entrevista publicada no jornal francês Le Figaro na quinta-feira (16), o presidente do parlamento iraniano, Mohammad Baqer Ghalibaf, foi citado afirmando que seu país estaria pronto para "negociar" com a França a fim de implementar a Resolução 1701 das Nações Unidas no Líbano. A agência iraniana Tasnim também reportou as declarações de Ghalibaf.
O primeiro-ministro libanês Najib Mikati disse em um comunicado hoje (18) que os comentários equivaliam a "uma interferência flagrante nos assuntos libaneses", acrescentando que ficou "surpreso" com os comentários de Ghalibaf e disse que eles eram uma tentativa de "estabelecer uma tutela rejeitada sobre o Líbano", segundo a Reuters.
O premiê também afirmou que tal negociação era prerrogativa do Estado libanês e pediu ao ministro das Relações Exteriores libanês, Abdallah Bou Habib, que convocasse o encarregado de negócios do Irã em Beirute.
A resolução, que encerrou a última rodada de conflitos entre Israel e o Hezbollah em 2006, pede que o sul do Líbano fique livre de quaisquer tropas ou armas que não sejam do Estado libanês.
Críticas ao Irã por altas autoridades libanesas são incomuns, principalmente devido ao apoio de Teerã ao poderoso grupo armado libanês Hezbollah, que atualmente está envolvido em batalhas contra tropas israelenses ao longo da fronteira sul do Líbano.