Em 18 de julho de 2024, von der Leyen foi reeleita presidente da Comissão Europeia, a autoridade executiva da União Europeia (UE) e, no mês passado, apresentou o novo gabinete e estrutura organizacional.
"Ao colocar pessoas leais em funções estratégicas, marginalizar seus críticos e estabelecer uma complicada rede de dependências e funções sobrepostas que impedem que qualquer indivíduo ganhe influência excessiva, a presidente da comissão preparou o terreno para uma 'tomada de poder' supranacional sem precedentes, que centralizará ainda mais a autoridade em Bruxelas – especificamente nas mãos da própria von der Leyen", disse Fazi.
Ele explicou que esses processos estão ocorrendo na CE há cerca de 15 anos, e que a comissão tem usado a "crise permanente" na Europa, inclusive o confronto com a Rússia, para aumentar sua influência.
Por exemplo, von der Leyen aproveitou a crise ucraniana para fortalecer os poderes executivos da Comissão Europeia, o que levou à "supranacionalização de fato" da política externa da UE e à sua subordinação à estratégia dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Fazi também chama a atenção para o fato de von der Leyen planejar reformular radicalmente o sistema orçamentário da UE, centralizando-o ainda mais.
Cada Estado-membro da União Europeia disporia de um fundo, o que vai permitir que o chefe da CE exerça pressão sobre os países indesejados, cortando os fluxos financeiros.
Em uma cúpula realizada em Bruxelas em junho, os líderes da UE aprovaram os candidatos propostos anteriormente para os principais cargos das instituições europeias.
Em particular, aprovaram o ex-primeiro-ministro português António Costa como chefe do Conselho Europeu e propuseram a primeira-ministra estoniana Kaja Kallas para alta representante da UE para Assuntos Externos e Política de Segurança.
A última é conhecida pelo apoio ativo à integração da Ucrânia na UE e na OTAN o que, de fato, foi uma das razões da operação militar especial russa.