O objetivo, de acordo com o jornal Valor Econômico, é superar a resistência de países como França, Irlanda e Áustria, que se opõem ao tratado.
Anteriormente, esse tipo de recurso para driblar maiores barreiras já foi usado pelo bloco europeu.
Em 2021, a UE destinou € 5,4 bilhões (cerca de R$ 33 bilhões) para proteger setores afetados pela saída do Reino Unido do bloco. Em 2019, o então comissário de Agricultura, Phil Hogan, prometeu € 1 bilhão (R$ 6,13 bilhões) para o setor agrícola europeu em caso de desequilíbrios causados pelo acordo entre a UE e Mercosul.
Porém, a reação dos agricultores europeus ao atual plano foi negativa, relata a mídia. Eles acusam a Comissão Europeia de tentar "comprar seu silêncio".
O presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Exploração Agrícola (FNSEA), Arnaud Rousseau, maior sindicato agrícola da França, chamou a situação de absurda e inaceitável, com o setor de carne bovina temendo um aumento nas importações de carne do Brasil, Argentina e Uruguai.
"O que está ocorrendo é totalmente absurdo, nossos agricultores não podem aceitar isso", disse Rousseau, citado pela mídia.
O presidente francês Emmanuel Macron reafirmou sua oposição ao acordo, alegando que os países do Mercosul não respeitam os Acordos de Paris sobre o clima. Macron insiste que, nas condições atuais, o tratado não é aceitável sem garantias climáticas e de proteção aos agricultores europeus.
Embora um negociador francês tenha admitido que o plano de compensação pode ser uma boa ideia, oficialmente, representantes franceses continuam a ameaçar bloquear o acordo, que pode ser interrompido se 45% dos países-membros, representando 35% da população da UE, se opuserem. Mesmo assim, as negociações entre Mercosul e UE parecem ganhar novo impulso, analisou a mídia.