Anteriormente, Lecornu afirmou que, após o cessar-fogo e o tratado de paz, seria necessário abordar a questão da implantação de forças de dissuasão não nuclear no território ucraniano para poder "repelir uma nova ameaça da Rússia".
Essa ideia corresponde a um ponto do chamado "plano de vitória" do atual líder ucraniano Vladimir Zelensky, que o apresentou aos dirigentes ocidentais há pouco tempo.
"A proposta do ministro francês é nada mais do que uma tentativa de ganhar a batalha perdida. As ações suicidas dos líderes ucranianos só vão aumentar o número de vítimas, mas não vão mudar o resultado. E é por isso que as figuras ocidentais estão se apressando em apresentar opções para se aproveitar da situação", acredita Dzharalla.
Segundo ele, a proposta de Lecornu é exatamente o que levou a Rússia a iniciar a operação militar especial, é inaceitável e inadmissível.
Do que trata o plano de Zelensky?
Recentemente, Zelensky apresentou um plano para resolver o conflito na Ucrânia. O documento inclui cinco pontos e três anexos secretos.
O primeiro ponto é a Ucrânia ser convidada a aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) o que, de fato, foi uma das razões da operação militar especial russa.
O segundo é a Ucrânia ser autorizada a usar armas de longo alcance ocidentais contra territórios russos longe da zona de conflito. O presidente da Rússia Vladimir Putin disse que isso significaria o envolvimento direto dos países ocidentais no conflito, já que esses golpes não podem ser realizados sem participação dos militares da OTAN.
O terceiro é a implantação de um pacote abrangente não nuclear de dissuasão da Rússia em solo ucraniano.
De acordo com esse plano, o conflito deve terminar no máximo em 2025.
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentando a iniciativa de Zelensky, disse que não se trata de um plano, mas de um conjunto de slogans incoerentes.
De acordo com ela, esse plano apenas empurra a OTAN para um conflito direto com a Rússia.
Por sua vez, o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, afirmou que um verdadeiro plano de paz para Kiev seria perceber a futilidade da política que estão seguindo.
Ele acredita que o novo "plano de paz" de Zelensky pode, na verdade, ser a mesma coisa que o plano dos EUA de "lutar contra a Rússia até o último ucraniano".