Panorama internacional

Declaração final da Cúpula do BRICS pode incluir temas como inteligência artificial, diz Itamaraty

O rascunho da declaração final da Cúpula dos líderes do BRICS está em andamento e terá como possíveis temas desde questões tradicionais de cooperação financeira até novas áreas como inteligência artificial, afirmou à Sputnik o secretário para Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Eduardo Paes Saboia.
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"O rascunho da declaração está sendo trabalhado aqui, e ainda precisa ser aprovado. Estamos interessados em muitos temas. Um deles é a cooperação na área financeira," disse Saboia.

O secretário do Itamaraty ainda expressou esperança de que os resultados da cooperação financeira sejam refletidos na declaração final dos líderes do BRICS.
"Estamos também na discussão sobre países parceiros. É um tema quente que atrai muita atenção da mídia. Novos tópicos, como inteligência artificial, também são importantes para o futuro e estão sendo discutidos. Não sei o que será refletido, mas é uma área muito importante. Há outros temas," enfatizou à Sputnik.
Saboia destacou que se espera uma declaração bastante longa, já que "os países do BRICS discutiram muitos temas, desde as questões do Oriente Médio até tecnologias da informação e comunicação e clima".
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"Esta será a primeira declaração dos líderes com novos membros. Isso leva mais tempo, pois mais países estão à mesa, trazendo suas ideias," disse o diplomata.

Reforma da governança global

Por fim, o secretário enfatizou que o Brasil vai trazer para a cúpula a defesa da reforma da governança global, que inclui não apenas mudanças na Organização das Nações Unidas (ONU), mas também em estruturas internacionais como a Organização Mundial do Comércio (OMC).

"Se você olhar para as prioridades do Brasil no G20, há o tema da superação da pobreza, desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e também a reforma da governança global. Acredito que o BRICS também apoia mudanças na governança global. Não apenas a ONU, mas há outras instituições multilaterais que estão em um impasse, como a OMC," afirmou Saboia à Sputnik.

Saboia acrescentou que muitos acordos internacionais estão sendo destruídos. "Espero que o BRICS ajude a convocar uma reforma das instituições e um papel mais forte para a ONU no sistema internacional," enfatizou. O embaixador ainda acrescentou a necessidade da ampliação do Conselho de Segurança.

"Esse é um aspecto chave para o BRICS e para o Brasil. Não apenas para o Brasil, mas também para outros países, como a Índia e a África do Sul. Se olharmos para crises, por exemplo, no Oriente Médio, podemos ver as dificuldades que o Conselho de Segurança da ONU está enfrentando. Isso se deve ao fato de que há uma estrutura que não reflete a realidade moderna: em termos de poder e representação regional. Há uma necessidade não apenas de países, mas de todo o sistema. E isso deve ser uma prioridade na agenda do BRICS," observou.

A Cúpula do BRICS acontece entre os dias 22 e 24 de outubro em Kazan, na Rússia, com a participação dos chefes de Estado. É o primeiro encontro após o anúncio de novos membros no grupo: além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, passaram a fazer parte Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos, Irã e Arábia Saudita.
Por conta de um acidente doméstico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará na reunião por videoconferência. A comitiva brasileira é liderada pelo chanceler Mauro Vieira.
Conforme o assessor presidencial russo Yuri Ushakov, 36 países e seis organizações internacionais estarão no encontro, que será o maior evento de política externa já realizado na Rússia.
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