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Itamaraty: defesa da reforma da ONU e da desdolarização serão critérios para novos membros do BRICS

© Sputnik / Kristina KormilitsinaReunião dos ministros de Desenvolvimento Econômico e do Comércio do BRICS
Reunião dos ministros de Desenvolvimento Econômico e do Comércio do BRICS - Sputnik Brasil, 1920, 14.10.2024
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A 16ª cúpula de líderes do BRICS, que ocorrerá em Kazan, Rússia, entre 22 e 24 de outubro, será marcada pela definição dos critérios para a adesão de novos países ao grupo na modalidade de parceiros associados, distinta da de membros plenos.
Entre os critérios já debatidos estão o apoio à reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente o Conselho de Segurança; a manutenção de relações amigáveis com os atuais membros, como Rússia, China e Irã; e a não adoção de sanções econômicas sem a autorização da ONU.
Os chefes de Estado, incluindo o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, discutirão a formalização desses critérios, que estão em fase avançada de negociação, segundo o Itamaraty.

"Depois de definidos os critérios, avaliamos quais nações se encaixam neles. Mas esses critérios não deverão ser muito diferentes dos já estabelecidos para membros plenos", explicou o embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário do Itamaraty para a Ásia e o Pacífico, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (14).

Dezenas de países já demonstraram interesse em se juntar ao grupo como parceiros associados. Atualmente o BRICS conta com dez membros plenos: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além dos recém-integrados Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.
O embaixador ressaltou a importância de os países candidatos ao status de parceiro associado defenderem a reforma da ONU e não imporem ou apoiarem sanções sem o aval do Conselho de Segurança.

"O BRICS, como força transformadora que busca a reforma da governança global, deve ter uma posição proativa na reforma da ONU, especialmente no que tange ao Conselho de Segurança. Esse é um ponto central, não só para o Brasil, mas também para países como a Índia e a África do Sul", acrescentou.

Eduardo Saboia adiantou ainda que um dos fatores importantes na aceitação de novos membros associados será a representação geográfica:

"Há regiões sub-representadas no BRICS, enquanto outras podem estar mais representadas", comentou.

A Argentina estava cotada para se tornar membro pleno, representando a América Latina, mas desistiu após a vitória do presidente Javier Milei, no final de 2023.
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Dólar e finanças

Outro tema de destaque da cúpula, segundo o representante do Itamaraty, será a redução da dependência do dólar nas transações comerciais entre os membros do grupo, além do fortalecimento de instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados por potências ocidentais.

"Esse tema tem sido tratado nas reuniões de ministros das Finanças e bancos centrais, e nossos representantes têm trabalhado arduamente. Isso continuará na presidência brasileira do BRICS e certamente estará refletido na Declaração de Kazan", afirmou Saboia.

A Declaração de Kazan, documento final da cúpula, consolidará as posições dos líderes do BRICS após o encontro na Rússia. Com a presidência do grupo em 2024, o Brasil pretende dar continuidade às negociações para ampliar o uso de moedas nacionais nas transações comerciais entre os países-membros.

Cúpula do BRICS

O governo russo informou que 32 países confirmaram presença no evento, sendo 24 deles representados por chefes de Estado. Dos dez membros plenos, nove serão representados por seus presidentes, incluindo Lula. A única exceção será a Arábia Saudita, que enviará seu ministro das Relações Exteriores.
Atualmente o BRICS responde por cerca de 36% do produto interno bruto (PIB) global, superando o G7, que concentra aproximadamente 30%. O grupo foi criado em 2006, inicialmente como BRIC, e ganhou sua primeira cúpula de chefes de Estado em 2009. Em 2011, com a entrada da África do Sul, passou a se chamar BRICS.
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