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Procurador-geral da Venezuela afirma que Lula forjou acidente para faltar à Cúpula do BRICS

Tarek William Saab afirma que farsa foi criada para Lula evitar sua responsabilidade diante da decisão anunciada na cúpula de manter o veto do governo brasileiro à entrada da Venezuela no grupo.
Sputnik
O procurador-geral do Ministério Público venezuelano, Tarek William Saab, acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de forjar um acidente doméstico para não comparecer à cúpula do BRICS, realizada entre os dias 22 e 24, na cidade russa de Kazan, capital da república do Tatarstão. Ele, no entanto, não apresentou provas sobre a alegação.
Lula sofreu uma lesão na cabeça no último sábado (19), após escorregar e cair no banheiro. Ele foi atendido no hospital Sírio-Libanês, na unidade de Brasília, e precisou levar cinco pontos, segundo consta no boletim médico da unidade. Ele foi liberado, mas recebeu orientação médica de evitar viagens longas. Apesar do acidente, Lula participou da cúpula por videoconferência.
Para Saab, o episódio foi uma farsa orquestrada por Lula para evitar sua responsabilidade diante da decisão do Brasil de manter o veto à entrada da Venezuela no BRICS, medida anunciada na quinta-feira (24), último dia da cúpula, e apoiada pela Rússia.
O procurador-geral citou como indício da suposta farsa informações obtidas por fontes e um vídeo em que Lula aparece ativo após o acidente.

"Fontes diretas e próximas do Brasil me informam que o presidente Lula da Silva manipulou um suposto acidente para usá-lo como álibi para não comparecer à recente cúpula do BRICS. O que circulou fortemente como rumor, infelizmente parece ser confirmado por um vídeo divulgado ontem, onde se vê o presidente Lula são, em pleno uso de suas faculdades e agindo com total cinismo [...] Lula reapareceu sorridente e ileso, deixando claro que utilizou o referido acidente para mentir ao Brasil, aos BRICS e ao mundo, fato pelo qual deveria ser investigado", escreveu Saab.

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Venezuela considera decisão do Brasil de vetar sua entrada no BRICS uma 'agressão'
Saab criticou a decisão do governo brasileiro de manter a Venezuela fora da lista de parceiros do grupo.
"Existe um grande desconforto na esquerda latino-americana e nos movimentos revolucionários do mundo devido à atuação indigna e desastrosa de seu governo na cúpula, ao vetar e atacar covardemente a Venezuela, seguindo obedientemente as instruções dos inimigos históricos do nosso povo", afirmou o procurador-geral venezuelano.
A manutenção do veto à entrada da Venezuela no BRICS é decorrente do imbróglio envolvendo as eleições que reelegeram o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Caracas se comprometeu a apresentar as atas do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que confirmariam a vitória de Maduro no pleito, mas não cumpriu o acordado.
Segundo Celso Amorim, assessor especial da presidência da República para Assuntos Internacionais, diante do caso, "a confiança na Venezuela se quebrou".
Na quinta-feira, o chanceler da Venezuela, Yván Gil Pinto, classificou a decisão como um "gesto hostil".

"Através de uma ação que contraria a natureza e o postulado do BRICS, a representação do Itamaraty, liderada pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto que [o ex-presidente do Brasil Jair] Bolsonaro aplicou à Venezuela durante anos, […] em uma ação que constitui uma agressão contra a Venezuela e um gesto hostil que se soma à política criminosa de sanções que foram impostas contra um povo valente e revolucionário, como o povo venezuelano", afirma o comunicado divulgado pelo chanceler.

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