Moscou está pressionando por "uma ordem mundial alternativa [...] para combater a ordem dominada pelas nações ocidentais ricas", escreveu o The Washington Post. O jornal citou o presidente russo Vladimir Putin dizendo que o bloco está "se esforçando para construir um mundo melhor, onde a opinião de cada nação seja respeitada".
A última cúpula do BRICS "mostra determinação por uma nova ordem mundial", ecoou o The Conversation. Embora a publicação insista que o Ocidente ainda pode ter tempo para se reengajar com o Sul Global, ela reconhece que há "um aumento substancial do interesse pelo BRICS", à medida que uma série de novas inscrições para ingressar no formato se acumulam.
As questões apresentadas na cúpula "ecoam fortemente entre uma variedade de países, desde potências globais como a China até nações em todo o Sul Global", escreve o Responsible Statecraft (RS), um meio de comunicação do Quincy Institute, um think tank sediado em Washington DC.
"Todos eles compartilham um interesse comum em navegar pelos desafios emergentes apresentados por uma arquitetura multipolar em rápido desenvolvimento", aponta o think tank. "Após várias décadas de guerra e sanções prejudiciais, as nações BRICS+ estão cada vez mais desconfiadas da 'ordem baseada em regras' liderada pelos Estados Unidos, que favorece poucos às custas de muitos."
A desdolarização e uma mudança para meios de pagamento alternativos é outro desenvolvimento notável, especialmente considerando que os países BRICS+ estão aumentando constantemente suas reservas de ouro, enfatiza RS. O foco na acumulação do metal precioso mostra que as nações em desenvolvimento estão se afastando da dependência do dólar, observa o think tank.
Enquanto isso, o secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou a cúpula de Kazan e a chamou de ferramenta para resolver problemas globais em uma entrevista com o jornalista russo Pavel Zarubin, divulgada no Telegram neste domingo (27).