Em seu artigo, Frank Ledwidge, professor sênior de Estratégia e Direito Militar da Universidade de Portsmouth (Reino Unido), reproduz relatos de um amigo analista pró-Ucrânia, "geralmente muito otimista", que voltou recentemente da Ucrânia.
Com as tropas ucranianas perdendo terreno, especialmente nos últimos meses, o analista caracteriza a situação no país dizendo:
"Os ucranianos estão sendo repelidos em todas as frentes – inclusive na região de Kursk, na Rússia [...] Mais importante, eles estão ficando sem soldados."
A publicação cita o baixo moral e a deserção como problemas sérios nas Forças Armadas ucranianas, o que só dificulta o envio de novas forças para a linha de frente.
As tropas ucranianas estão agora se retirando em todas as regiões, inclusive na região russa de Kursk, invadida pelos ucranianos em agosto deste ano.
O analista citado enfatiza a atmosfera sombria de um briefing com a participação de oficiais militares ocidentais, na qual esteve presente.
De acordo com ele, a situação da Ucrânia é avaliada como "perigosa" e "mais ruim do que nunca" e os militares ocidentais temem que uma catástrofe possa acontecer repentinamente.
"A história não conhece nenhum exemplo em que enfrentar a Rússia em uma luta de atrito tenha sido bem-sucedido. Sejamos claros: isso significa que há uma possibilidade real de derrota – não há como disfarçar isso", concluiu.
A Rússia lançou uma operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 em resposta aos apelos de proteção das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL) contra os bombardeios e ataques das tropas ucranianas.
O presidente russo Vladimir Putin disse que seu objetivo é "proteger as pessoas que foram submetidas a abuso e genocídio pelo regime de Kiev por oito anos".
De acordo com ele, a Rússia vem tentando há 30 anos chegar a um acordo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre os princípios de segurança na Europa, mas, em resposta, tem enfrentado mentiras cínicas ou tentativas de pressão e chantagem, enquanto, nesse meio tempo, apesar dos protestos de Moscou, a aliança tem se expandido constantemente e se aproximado das fronteiras da Rússia.