A cobrança do ministro vem após uma grave crise energética provada pela passagem do furacão Oscar pela pequena ilha caribenha. O fenômeno climático deixou seis pessoas mortas, além de causar apagão nacional e a destruição de residências.
"É evidente que as severas sanções impostas injustificadamente a Cuba, tanto pelo embargo como por sua inclusão na lista de 'Estados patrocinadores do terrorismo', contribuíram ainda mais para exacerbar a situação", disse Vieira sobre os danos causados pela tempestade.
"Essas medidas, que já penalizam injustamente o povo cubano, agora impedem uma adequada resposta à crise humanitária gerada pelo furacão."
Os Estados Unidos impõem embargos comercial, econômico e financeiro mais longos da história à pequena nação do Caribe. O regime de sanções, como conhecemos hoje, tomou forma em 1962, quando praticamente todas as exportações a Cuba foram proibidas.
Segundo a lei norte-americana, toda empresa nacional ou internacional que negociar com a ilha pode ser alvo de sanções estadunidenses. Em 2021, a política foi agravada por Donald Trump, que incluiu o Estado cubano na lista de patrocinadores do terrorismo após seu antecessor, Barack Obama, retirá-lo da listagem.
"Por todas essas razões, instamos os Estados Unidos a reconsiderarem sua política sobre Cuba: eliminar as sanções, retirar Cuba da lista dos Estados patrocinadores do terrorismo e fomentar um diálogo construtivo baseado no respeito mútuo e na não interferência", afirmou o chanceler.
Desde 1992, a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) aprova anualmente uma resolução exigindo o fim do bloqueio econômico a Cuba. As únicas nações que votam consistentemente contra são os Estados Unidos e Israel.
Em 2019, primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro, o ministro das Relações Exteriores de então, Ernesto Araújo, estipulou pela primeira vez que o Brasil votasse contra a condenação do bloqueio. Em 2020 não houve votação e, em 2021 e 2022, a chancelaria brasileira sob gestão de Carlos França se absteve.