Panorama internacional

Após demitir chanceler, Milei fará auditoria no MRE para identificar 'inimigos da liberdade'

O presidente da Argentina, Javier Milei, informou nesta quarta-feira (30) em um comunicado que fará uma auditoria sobre os funcionários de carreira no Ministério das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto, após uma votação na Organização das Nações Unidas (ONU) a favor do levantamento do bloqueio econômico dos EUA contra Cuba.
Sputnik

"Nosso país se opõe categoricamente à ditadura cubana e se manterá firme na promoção de uma política externa que condene todos os regimes que perpetuam a violação dos direitos humanos e das liberdades individuais. [...] o Poder Executivo iniciará uma auditoria do pessoal de carreira, com o objetivo de identificar promotores de agendas contrárias à liberdade", diz o texto.

No lugar de Mondino, assumirá Gerardo Werthein, que era embaixador do país sul-americano nos EUA.

"A Argentina atravessa um período de mudanças profundas, e essa nova etapa exige que nosso corpo diplomático reflita em cada decisão os valores de liberdade, soberania e direitos individuais que caracterizam as democracias", acrescenta o comunicado.

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Mondino estava no cargo desde o início da atual administração, em dezembro de 2023. Mais cedo, a Assembleia Geral da ONU aprovou pelo 32º ano consecutivo uma resolução que exige que os EUA levantem o bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto há mais de seis décadas contra Cuba.
A resolução contra a política que Washington, definida como "embargo", foi aprovada por 187 votos a favor, dois contra e uma abstenção. As representações dos EUA e de Israel votaram contra, enquanto a Moldávia se absteve.
O documento convoca a abster-se de promulgar e aplicar leis e medidas coercitivas, de acordo com o que está estipulado pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, que reafirmam a liberdade de comércio e navegação.
A votação foi acompanhada por um relatório da secretária-geral da ONU com contribuições de 180 países e dezenas de organismos associados ao fórum, sobre os efeitos e consequências do bloqueio americano.
Segundo a lei norte-americana, toda empresa nacional ou internacional que negociar com a ilha pode ser alvo de sanções estadunidenses.
Em 2021, a política foi agravada por Donald Trump, que incluiu o Estado cubano na lista de patrocinadores do terrorismo após seu antecessor, Barack Obama, retirá-lo da listagem.
Desde 1992, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprova anualmente uma resolução exigindo o fim do bloqueio econômico a Cuba. As únicas nações que votam consistentemente contra são os Estados Unidos e Israel.
Em 2019, primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro, o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, estipulou pela primeira vez que o Brasil votasse contra a condenação do bloqueio. Em 2020, não houve votação e, em 2021 e 2022, a chancelaria brasileira sob gestão de Carlos França se absteve.
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