Operação militar especial russa

'Há muito medo': recrutamento militar do Exército ucraniano tem sido pesadelo para homens no país

O recrutamento para o serviço militar obrigatório através de operações de fiscalização pelos militares em ruas, lojas e estradas, que visa recrutar homens entre os 25 e os 60 anos para alimentar a frente de batalha, está a gerar "medo" e descontentamento entre os ucranianos, informou a revista Foreign Affairs.
Sputnik
Muitos estão cansados ​​da "privação diária" e dos "métodos intrusivos" de recrutamento, segundo o veículo.
Além disso, há consternação com as mudanças fiscais que impõem um imposto militar de 5% para financiar as Forças Armadas ucranianas. Organizações como o Veteran Hub, que presta serviços a antigos militares, salientam que é "compreensível que haja muito medo".
"Há muito medo, é compreensível. Temos que ter em mente que não há uma única pessoa neste país cuja vida não tenha sido perturbada pelo conflito", disse Ivona Kostina, diretora do Veteran Hub, à revista americana.
A mídia também observou que as forças ucranianas não têm procedimentos de desmobilização para as suas tropas, tornando o recrutamento apenas uma "passagem só de ida". Esta condição parece injusta para aqueles que estão no campo de batalha, bem como para aqueles que consideram se alistar, acrescentou.
Operação militar especial russa
A maioria dos ucranianos recrutados se rende na 1ª oportunidade, diz ex-recrutador à Sputnik
O serviço militar também está gerando um ''debate acalorado" entre aqueles que são a favor de tornar esta atividade obrigatória como em Israel, e aqueles que são a favor do modelo voluntário como nos Estados Unidos, segundo a mídia.
Em abril passado, Kiev reduziu a idade de mobilização de 27 para 25 anos e aumentou os incentivos monetários para voluntários, além de implementação de uma campanha nos meios de comunicação.
O Ministério da Defesa ucraniano garantiu que o alistamento voluntário continua a ter números elevados, mas "não é suficiente" para competir com os números da Rússia. Casos de suborno para evitar o alistamento também estão "degradando a confiança do público no Estado e no Exército", observou a revista.
Kostina garantiu à mídia que na capital Kiev se percebe que a Ucrânia não funciona como uma "economia de guerra" dado o nível de vida relativamente elevado, mas que a situação vai mudar em breve; devido a isso o Exército "precisa de reforços no terreno e de fundos para as suas operações". Se ambas as coisas não forem alcançadas, Kiev terá de impor medidas, acrescentou.
Recentemente, o jornal norte-americano The Wall Street Journal publicou uma matéria sobre as dificuldades que a Ucrânia enfrenta no recrutamento de tropas, dados os milhares de baixas que registou em quase três anos de conflito, razão pela qual a sua rede de busca de novos soldados está se expandindo até "lugares luxuosos" e "casas noturnas".
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