Panorama internacional

'Truques do ofício': como a Casa Branca e a mídia tradicional inventam narrativas pró-democratas

Donald Trump anunciou recentemente sua intenção de processar a CBS News em US$ 10 bilhões (R$ 58,7 bilhões), alegando que a edição da entrevista de Kamala Harris no programa 60 Minutos configurou uma "interferência eleitoral."
Sputnik
Em um movimento paralelo, os republicanos da Câmara dos Representantes realizam uma investigação sobre como a Casa Branca teria editado um comentário ofensivo do presidente Joe Biden, que chamou de "lixo" apoiadores de Trump. Segundo os parlamentares, isso pode representar uma violação legal.
O Partido Republicano alega que tanto a Casa Branca quanto a mídia estão engajadas em mostrar Biden e Harris de forma mais favorável à medida que o dia da eleição se aproxima. Isso parece ser parte de uma tendência maior de colaboração entre a imprensa e a equipe da Casa Branca que já está em andamento há algum tempo.
Em meados de agosto, o The National Interest criticou duramente a grande mídia dos EUA pelo que chamou de "rebranding" de Kamala Harris. A publicação destacou que Harris recebeu "perfis de capa glamorosos" e cobertura positiva apesar de seus índices de aprovação historicamente baixos como vice-presidente e sua incapacidade de lidar com a crise fronteiriça, mesmo após ser nomeada por Biden como "czar da fronteira".
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Já em meados de outubro, o âncora da Fox News Bret Baier confrontou Harris com uma série de perguntas desafiadoras sobre imigração, sua agenda econômica e seu histórico de vice-presidente. Essa linha de questionamento levou os assessores de Harris a interromperem a entrevista após menos de 30 minutos.
Anteriormente, a Casa Branca já vinha minimizando e tratando de forma branda as "gafes" de Joe Biden, incluindo a que dizia respeito à "defesa militar" dos EUA em Taiwan.
Em julho, a Civic Media, uma estação de rádio em Milwaukee, reconheceu que havia feito duas edições em uma entrevista com Biden gravada no mesmo mês, após um pedido de sua campanha. Essa entrevista foi ao ar logo após o fraco desempenho de Biden em seu debate de 27 de junho contra Trump.
A primeira edição dizia respeito à alegação de Biden de que seu governo incluía mais autoridades negras do que os de "todos os outros presidentes juntos". A segunda edição, por sua vez, removeu seus comentários sobre o pedido de Trump pela pena de morte para os adolescentes do caso da corredora do Central Park.
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No início de julho, Andrea Lawful-Sanders, apresentadora da rádio WURD, da Filadélfia, conduziu uma entrevista à parte com Biden e mais tarde admitiu que quatro das oito perguntas feitas por ela haviam sido elaboradas pelos assessores de Biden. Michael LaRosa, ex-secretário de imprensa da primeira-dama, Jill Biden, comentou à Axios que a prática de "pré-enviar perguntas" para os entrevistados tem sido uma estratégia da equipe de Biden há muito tempo.
Em fevereiro de 2024, a Casa Branca pressionou a Fox News para revisar sua cobertura de alegações de corrupção contra o presidente Biden, argumentando que as denúncias eram baseadas em dados enganosos fornecidos pelo informante do FBI Alexander Smirnov, que supostamente inventou as acusações contra o presidente.
A Fox News recusou o pedido, citando casos de corrupção mais amplos apresentados pelos investigadores da Câmara sobre a família Biden.
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