Segundo o general, em sua assistência a Kiev a Europa não quer passar das declarações e promessas para a ação.
"A Europa não tem os fundos para garantir a vitória da Ucrânia. Mantemos a Ucrânia em uma guerra sem esperança, alimentada por um apoio insuficiente que lhe permite sobreviver, mas não vencer", escreveu o político em um artigo para a publicação Le Point.
Em uma situação em que a Ucrânia "está encurralada", disse ele, a Europa tem uma grande escassez de recursos e não tem "nem a unidade nem a força" para derrotar a Rússia.
Gomart observou que o apoio dos EUA a Kiev é frágil e pode acabar a qualquer momento, o que vai significar o colapso da Ucrânia, enquanto ela não está entre as prioridades estratégicas de Washington.
"As preocupações norte-americanas são outras: o pivô em direção à Ásia, diante de uma China vista como a verdadeira ameaça à sua hegemonia, e a proteção de seus aliados próximos, como Israel", admitiu.
Gomart apontou a divisão na posição da UE sobre o conflito, observando que o Leste Europeu está pedindo a derrota da Rússia, "os anglo-saxões" esperam seu eventual enfraquecimento e a Europa Ocidental sonha com uma paz ilusória.
De acordo com o parlamentar, uma das soluções possíveis poderia ser uma negociação que deixasse Donbass e a Crimeia para a Rússia e, ao mesmo tempo, reconhecesse a soberania da Ucrânia e seus laços com o Ocidente, garantindo segurança suficiente.